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    Bolsa de NY interrompe negócios em dia de tensão pela China

    De acordo com a Reuters, que cita uma fonte, um problema técnico causou a interrupção dos negócios; a NYSE informou que todas as ordens enviadas serão canceladas; paralisação acontece em um dia tenso para os mercados, com a queda livre da bolsa chinesa; entenda

    De acordo com a Reuters, que cita uma fonte, um problema técnico causou a interrupção dos negócios; a NYSE informou que todas as ordens enviadas serão canceladas; paralisação acontece em um dia tenso para os mercados, com a queda livre da bolsa chinesa; entenda (Foto: Gisele Federicce)
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    Por Lara Rizério, do Infomoney

    SÃO PAULO - No início da tarde desta quarta-feira (8), as negociações com todas as ações na Bolsa de Nova York foram suspensas. Em comunicado, a NYSE se limitou a comentar que informações adicionais seriam divulgadas quando fosse possível.

    As negociações estão suspensas desde 11h32 pelo horário de Nova York (12h32 pelo horário de Brasília).

    De acordo com o reportado pela Reuters, citando uma fonte, um problema técnico causou a interrupção dos negócios. A NYSE informou que todas as ordens enviadas serão canceladas. Já a Nasdaq reportou que  que não há problemas técnicos e disse que continua a negociar as ações listadas na Nyse.

    Em entrevista ao portal americano CNBC, o diretor de operações Art Cashin informou que já havia problemas técnicos antes mesmo da bolsa abrir. Câmeras da CNBC que registram o pregão na NYSE mostraram as telas dos operadores sem as cotações atualizadas.

    Após a parada, as bolsas norte-americanas estenderam suas perdas, mas com variação moderada, com o S&P 500 atingindo a mínima da sessão.

    "Está sob controle. Estamos apenas esperando por uma palavra. Não há nenhum sinal de pânico", disse Mark J. Otto, da Streicher & Co, em Nova York.

    A paralisação da Bolsa de Nova York acontece em um dia tenso para o mercado, com a queda brusca da bolsa chinesa. Leia abaixo:

    Estourou a bolha: o "crash" da bolsa chinesa está apenas começando
    Esforços do governo chinês têm sido em vão e as ações chinesas seguem em queda livre; somente nesta sessão, o índice Xangai caiu quase 6%

    SÃO PAULO - A bolsa chinesa segue em queda livre depois de um longo rali, que levou o índice de Xangai a subir 150% no ano passado. Nesta quarta-feira, as ações chinesas chegaram a cair mais de 8%, mas encerraram o pregão em queda de 5,9%, a 3.506 pontos, apesar dos esforços do governo chinês para limitar as perdas. Nas últimas três semanas, o índice já caiu mais de 30%. Para o mercado, a pressão vendedora deve continuar, uma vez que grande parte dos ativos negociados nas principais bolsas por lá tiveram suas negociações suspensas, numa tentativa de estabilizar a Bolsa.

    Somente hoje operadores se desfizeram de US$ 15,8 bilhões de ações comprados com dinheiro emprestado na Bolsa de Xangai, enquanto 1.331 ações tiveram suas negociações interrompidas nas bolsas continentais chinesas nesta quarta-feira, segundo dados da Bloomberg. O alerta que se abre agora é: prepara-se, porque a queda não vai cessar, mesmo com toda a intervenção do governo chinês.

    Em uma reportagem divulgada hoje, o colunista Howard Gold, do MarketWatch, ressalta: "está claro que o governo chinês tem feito o melhor e tem falhado. O que significa que a direção de Xangai e Shenzhen e outras bolsas é para baixo". 

    O alerta não vem somente dele. No início da semana, o Morgan Staley, famoso por ser "bullish" (otimista) em China, rebaixou a sua exposição ao país de overweight (exposição acima da média) para equal weight (exposição em linha com a média) - no primeiro corte desde novembro de 2008. Eles acreditam que o Xangai pode ir para baixo de 3.250 pontos em meados do ano que vem, o que daria um potencial de queda de 7% do patamar atual. A corrente foi acompanhada também pelos analistas do Citigroup que disseram a seus clientes: o "selloff" das ações chinesas terá um longo caminho. "Eu acredito, mas penso que poderá ser muito, muito mais baixo", disse Howard Gold.

    Para ele, a Bolsa chinesa poderá voltar aos patamares de 2007. O sinal de alerta veio quando Xangai bateu os 5.000 pontos e reverteu. A máxima de todos os tempos foi alcançada em outubro de 2007, quando atingiu mais de 6.000 pontos. Ou seja, para Gold, há uma tendência de queda de oito anos no mercado chinês.

    Esforços em vão do governo chinês

    A China está novamente no centro da questão nos mercados de commodities, mas agora de uma maneira negativa. A forte queda no mercado de ações do país e os temores ante a crise econômica da Grécia ajudaram as commodities a atingir mínimas em vários anos, sufocando uma nascente recuperação do petróleo e do minério de ferro e puxando para baixo as ações de companhias do setor e também as moedas das nações produtoras. O cenário baixista se intensifica enquanto o governo chinês tenta frear, em vão, as quedas.

    Ao longo do tenso fim de semana, o governo avaliou várias medidas para conter o frenesi de venda que fizeram o índice Shanghai Composite desabar 29% em três semanas. Corretoras, gestores de fundos de investimento e um braço de investimento do governo comprometeram-se a comprar ações, novas ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) foram suspensas, as cotas de ações estrangeiros aumentaram e o banco central prometeu fornecer liquidez para ajudar os investidores a pedir dinheiro emprestado para comprar ações. As medidas podem conter o pânico no curto prazo, mas alguns economistas alertaram que podem encorajar outra bolha de ativos se não forem implementadas com cuidado.

    Hoje, o Ministério de Finanças informou que não vai vender ações de empresas listadas e que pedirá às instituições financeiras estatais que não vendam ações em subsidiárias listadas, em meio à forte volatilidade recente nas bolsas do país. Em comunicado, o ministério disse que incentiva empresas financeiras estatais a aumentar suas participações em subsidiárias listadas cujo valor de mercado ainda esteja abaixo de níveis "razoáveis".

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