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Economia

Brasil está na contramão de remunerar mulheres pelo cuidado com os filhos, como a Argentina, diz economista

Ana Georgina, do Dieese, elogiou a implementação do novo programa previdenciário na Argentina que reconhece o cuidado materno como trabalho e expande a aposentadoria de mulheres. Ela também lamentou o que chamou de “retrocessos” no Brasil. Assista na TV 247

Ana Georgina (Foto: Reprodução | Pixabay)
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247 - A economista Ana Georgina Dias, supervisora técnica regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Bahia, em entrevista à TV 247, elogiou a implementação, na Argentina, do novo programa previdenciário, que reconhece o cuidado materno como trabalho e garantiu o direito à aposentadoria de 155 mil mulheres que saíram do mercado de trabalho para se dedicarem ao cuidado dos filhos. 

Georgina apontou que a medida vai na contramão do Brasil, que, com a reforma da Previdência, aumenta em dois anos a idade mínima para mulheres se aposentarem. “Muitas pessoas se questionavam sobre o porquê dessa diferença de cinco anos entre homens e mulheres para a aposentadoria. Muitos até ironizam e falam: ‘mas vocês não querem direitos iguais?’. Na realidade, esses cinco anos a menos para as mulheres era exatamente uma tentativa de justiça em relação à forma como as mulheres se inserem no mercado de trabalho. Já temos mais dificuldade de inserção, exatamente por conta dos cuidados familiares na maioria das vezes. Não é só filho, muitas mulheres se ausentam para cuidar dos seus parceiros ou de parentes doentes, e, normalmente, a reinserção no mercado de trabalho é muito difícil”, explicou.

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“Vi que pela regra da Argentina, cada filho que você tem significa um ano que você pode aportar para essa previdência, digamos assim. Tem também a questão de se o filho tem alguma deficiência, ou se essa mulher durante algum tempo recebeu algum programa de transferência de renda, o que mostra que durante algum período ela ficou desempregada. Então é uma coisa muito interessante, não é simplesmente chegar e dizer que teve filho, e vai se aposentar. Tem as regras, mas são regras muito interessantes para trazer essa justiça para as mulheres”, prosseguiu a economista. 

Georgina lamentou o retrocesso no Brasil e denunciou a falta de políticas de assistência para famílias, como creches e escolas em tempo integral. “Uma redução no tempo de contribuição ou poder contar o tempo de dedicação a esse trabalho reprodutivo seria extremamente interessante. É triste pensar que a gente estava um pouquinho ali na frente, mas retrocedeu. Voltar a essa situação anterior não vai ser muito fácil”, completou. 

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