Brasileiros não querem 'Estado mínimo', diz cientista político
Para Rafael Georges, da Oxfam Brasil, agenda liberal "pegou carona" na eleição de Bolsonaro, mas não prospera entre os brasileiros, como demonstra a resistência da população à reforma da previdência; em parceria com o Datafolha, a Oxfam publicou pesquisa sobre a percepção dos brasileiros em relação às desigualdades
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Por Anna Beatriz Anjos, da Agência Pública - Mais de 80% dos brasileiros consideram que é obrigação do Estado diminuir as diferenças entre os muito ricos e os muito pobres; 75% concordam que as escolas públicas de ensino fundamental e médio são direito de todos; e 73% defendem o atendimento universal em postos e hospitais. Esses dados mostram que, no Brasil, a população ainda espera muito do Estado e, por isso, o receituário liberal que prega a diminuição de seu tamanho e influência na economia não encontra apoio maciço social por aqui.
Essa é a avaliação do cientista político Rafael Georges, coordenador de projetos da Oxfam Brasil, que apresentou ontem a pesquisa desenvolvida em parceria com o Instituto Datafolha sobre a percepção dos brasileiros em relação às desigualdades. O estudo, que está em sua segunda edição – a primeira foi divulgada em 2017 –, também revela que 86% dos entrevistados acreditam que o país não avançará se não for atenuada a distância entre a base e o topo da pirâmide social.
Em entrevista à Pública, Georges diz que a resistência à reforma da Previdência é um "termômetro muito claro" de como a agenda econômica liberal "não prospera no Brasil" e destaca que ela faz sentido apenas para "quem está muito confortável hoje e vive nos seus apartamentos no centro expandido". "Para quem depende de serviços públicos para poder manter um orçamento balanceado ou minimamente digno, isso não é um projeto", analisa.
Confira a íntegra da entrevista na Agência Pública.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: