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Economia

Bud "aguada" nos EUA vira caso de intimidação

Processada por supostamente aguar e reduzir o percentual de álcool da Budweiser e de outras cervejas norte-americanas, a Anheuser-Busch, que é controlada pela brasileira Ambev e administrada pelos brasileiros Carlos Brito (acima) e Luiz Fernando Edmond (abaixo), agora é também acusada de perseguir o diretor da companhia que teria vazado segredos industriais da empresa; notícia foi publicada nesta segunda no principal jornal de São Francisco, onde corre a ação; processado é ancorado em depoimentos de funcionários, disse ao 247 o advogado Josh Boxer, que representa os consumidores que se dizem lesados; biografia dos donos da Ambev, chamada "Sonho Grande", será lançada nesta quarta-feira em São Paulo

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247 - Começa a ganhar contornos delicados o processo iniciado há pouco mais de um mês, nos Estados Unidos, contra a cervejaria Anheuser-Busch, controlada pelos brasileiros Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do País, com uma fortuna de US$ 20 bilhões, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Na ação, a companhia brasileira é acusada, a pretexto de turbinar seus lucros, de reduzir o percentual de álcool da Budweiser e de aguar o produto, que é considerado um ícone do capitalismo norte-americano (leia mais aqui sobre o caso). A novidade, revelada no fim da tarde desta segunda-feira na edição online do San Francisco Chronicle, principal jornal de São Francisco, onde se desenrola a ação, é que a Anheuser-Busch, comandada pelos executivos brasileiros Luiz Fernando Edmond e Carlos Brito, foi também acusada de perseguir um ex-diretor industrial da companhia. Seu nome é James Clark, que era um dos principais responsáveis pelos controles de qualidade da cervejaria.

De acordo com a reportagem do San Francisco Chronicle, Clark foi processado pela Anheuser-Busch uma semana depois que o escândalo da Budweiser aguada eclodiu na imprensa norte-americana. Ele foi acusado pela empresa de vazar segredos industriais para concorrentes. O tiro, no entanto, pode ter saído pela culatra, uma vez que um funcionário da Anheuser-Busch testemunhou à Justiça alegando que a empresa iniciou um processo de perseguição e intimidação interna (leia aqui a reportagem completa do San Francisco Chronicle). De acordo com Robert Carichoff, advogado de Clark, a ação da Anheuser-Busch foi aberta para "silenciar" seu cliente, que teria decidido defender os direitos dos consumidores. "É uma ação claramente vingativa".

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Na ação coletiva dos consumidores, a Anheuser-Busch é acusada de aguar não apenas a Budweiser, mas também marcas como Bud Ice e Michelob. Segundo o advogado Josh Boxer, que conduz a ação e foi consultado pelo 247, toda a acusação está ancorada em depoimentos de funcionários, que trabalharam nas 13 plantas da Anheuser-Busch nos Estados Unidos. E Clark pode ser uma peça essencial no processo, uma vez que era responsável justamente pelos controles de qualidade.

Sonho grande

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Formado a partir da Brahma, o império de Lemann, Telles e Sicupira hoje comanda algumas das principais marcas do mundo, como a Budweiser, o Burger King e a Heinz, adquirida recentemente em parceria com o bilionário Warren Buffett. O sonho dos três empresários, que eles não escondem, é adquirir um ícone global como a Pepsi ou até mesmo a Coca-Cola. A trajetória do trio sempre foi marcada por aquisições. Primeiro, a Antarctica, no Brasil; depois, a Quilmes, na Argentina, e, em seguida, várias marcadas espalhadas pelo mundo. A expansão no hemisfério norte se iniciou com a fusão com a belga Interbrew, dona de marcas como a Stella Artois, e depois foi consolidada com a aquisição da Anheuser-Busch.

O estilo de gestão da companhia, no entanto, vem sendo cada vez mais questionado nos Estados Unidos. Numa capa recente da Business Week (leia mais aqui), a empresa foi acusada de destruir a qualidade da cerveja norte-americana, antes mesmo do processo iniciado pelos consumidores. Além disso, a Securities Exchange Comission (SEC) investiga o uso de informações privilegiadas em vários negócios fechados pelo trio, como as aquisições do Burger King e da Heinz.

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Questionados nos Estados Unidos, os três são os protagonistas do lançamento de uma biografia autorizada nesta quarta-feira em São Paulo, chamada "Sonho Grande", que trata justamente do plano de conquista global do trio. "Sonhar grande ou pequeno dá o mesmo trabalho", costuma dizer Lemann. Ele e seus sócios, de fato, sonharam alto e foram longe. Mas estão sob a mira de ex-funcionários, de órgãos reguladores e da Justiça americana.

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