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Economia

Como Eike e Ricardo K deram "Kalote" nos sócios

Acordo de Eike Batista com credores, negociado por Ricardo Knoepfelmacher, representou um golpe duro nos acionistas minoritários; eles, que tinham 50% da antiga OGX, foram diluídos e ficaram com apenas 5%; Eike, que havia prometido injetar US$ 1 bilhão na companhia, para evitar uma crise de confiança, se livra da obrigação e preserva seu patrimônio pessoal; fecha-se, assim, um capítulo vergonhoso na história do capitalismo nacional, que irá terminar nos tribunais

Acordo de Eike Batista com credores, negociado por Ricardo Knoepfelmacher, representou um golpe duro nos acionistas minoritários; eles, que tinham 50% da antiga OGX, foram diluídos e ficaram com apenas 5%; Eike, que havia prometido injetar US$ 1 bilhão na companhia, para evitar uma crise de confiança, se livra da obrigação e preserva seu patrimônio pessoal; fecha-se, assim, um capítulo vergonhoso na história do capitalismo nacional, que irá terminar nos tribunais (Foto: Felipe L. Goncalves)
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247 - Em outubro de 2012, quando a petrolífera OGX enfrentou sua primeira crise de confiança, o então controlador Eike Batista deu uma demonstração pública de que colocaria a mão no bolso, se fosse necessário, para evitar o colapso da companhia. Num fato relevante, divulgado ao mercado, ele prometeu aportar US$ 1 bilhão na empresa, comprando ações a R$ 6,30, numa operação conhecida como "put".

Ou seja: se o próprio Eike estava disposto a comprar ações a esse preço, por que os acionistas minoritários não deveriam fazer o mesmo? Diante da promessa, milhares de incautos aplicaram suas economias em papeis da OGX. Naquele momento, entre os conselheiros da empresa estavam figurões do mercado, como o ex-ministro Pedro Malan e a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie.

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Neste ano, quando a OGX revelou que não tinha o petróleo prometido por Eike, as ações viraram pó e caíram a centavos. Sem caixa, era hora de exigir de Eike que cumprisse a promessa e aportasse US$ 1 bilhão de seu patrimônio pessoal na companhia. No entanto, a promessa feita ao mercado, num fato relevante aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários, subiu no telhado e investidores começaram a falar em processar não apenas Eike, mas também os conselheiros Malan e Ellen Gracie (leia mais aqui).

Depois disso, Eike contratou a consultoria Angra Partners, do empresário Ricardo Knoepfelmacher, para negociar um acordo com os credores e defender os interesses da empresa. No entanto, Ricardo K, como ele é conhecido, defendeu muito bem os interesses de Eike, esquecendo-se dos minoritários, que levaram um verdadeiro "Kalote".

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Ontem, quando foi divulgado o acordo da ex-OGX com seus credores, soube-se que eles, antes detentores de 50% da empresa, foram diluídos e ficarão apenas com 5%. Os credores, liderados por fundos de empresas como Pacific Investment Group e Pimco, serão os novos donos. E, nesta condição, decidiram perdoar a obrigação pública – assumida por Eike – de aportar US$ 1 bilhão na empresa.

Resultado: enquanto o controlador Eike Batista teve seu patrimônio protegido, os demais acionistas foram tratados como "minorotários" – e não minoritários.

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Diante disso, esse capítulo vergonhoso do capitalismo brasileiro irá parar nos tribunais. "A 'put' é uma obrigação do Eike com a empresa e conosco, que somos os acionistas minoritários. Os credores ainda não são os donos da OGX e não podem perdoar essa dívida. Isso é inaceitável", disse o economista Aurélio Valporto, um dos minoritários da petroleira. "Se Eike tivesse colocado o dinheiro, a OGX não teria entrado em recuperação judicial, não haveria acordo com os credores nem diluição dos minoritários", concorda o programador Maurício Nahas, que também possui ações da empresa.

 

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