Com o decreto, o Brasil vai poder – vejam a insensatez – subsidiar com dinheiro do BNDES a compra de empresas brasileiras nestes setores por grupos internacionais ou mesmo financiar a exploração do nosso petróleo retirado do controle da Petrobras, com a eliminação da exigência de que seja ela a operadora do pré-sal, assim como de novas áreas que venham a ser licitadas e concedidas às petroleiras internacionais.
Ou, alternativamente – o que parece ser a intenção do governo – oferecer, via bancos públicos, garantias contra riscos cambiais para que grupos de fora tomem crédito em dólar para estas aquisições e fiquem imunes à variação da moeda.
No texto de Mortari se registram as apreensões de economistas sobre os riscos dar garantias cambiais a setores que não geram receita em dólar. E que “a expansão de mercado das empresas estrangeiras vai se dar no pior momento possível”, em que as concessões não se dará em igualdade de oportunidade para a empresa nacional e para o investidor estrangeiro. Como diz ma reportagem o o economista Felipe Rezende: “Eles vão nadar de braçada”.
Creio, porém, que com tudo isso, exceto nos setores onde a propriedade de jazidas possa esperar o tempo e afora as picaretagens financeiras de curto prazo, não haverá a tal “enxurrada ” de investimentos no Brasil, e não só porque a economia mundial segue em compasso de espera.
É porque o Brasil desceu à condição de um país “desconfiável”, inseguro, onde as regras mudam e mudam de acordo com um jogo político brutal, manipulado e selvagem.
Virou algo assim como um Congo, com todo o respeito aos dois Congo, mais uma colônia. Moderno, urbano, mas um país sem luz própria, que não cultiva seu próprio destino, mas o entrega.
Colônia, ainda que 2.0.