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Economia

Congresso e mercado poderão exigir mais de Temer, diz XP Investimentos

Em relatório a clientes, equipe de análise política da corretora XP Investimentos, uma das maiores do país, diz que o presidente interino Michel Temer vive uma trégua em relação ao congresso e ao mercado; mas a calmaria pode estar se aproximando do fim; "O Congresso e o mercado estão em período de calmaria, esperando para ver o que acontecerá depois da votação do impeachment, se o governo terá forças para avançar na agenda econômica e o quanto interesses paroquiais e disputas de poder eventualmente não atendidos poderão interferir no andamento destas votações", observaram os analistas da XP; "O que agrada a política, não agrada a economia, e vice-versa", avaliam

Brasília - O presidente interino Michel Temer apresenta as primeiras medidas econômicas para reequilibrar as contas do governo (José Cruz/Agência Brasil) (Foto: Aquiles Lins)
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Marcos Mortari, Infomoney - O governo do presidente interino Michel Temer ainda vive uma espécie de lua de mel possível devido aos compromissos políticos e econômicos lançados e a própria contraposição natural entre a sua gestão e a da mandatária afastada, Dilma Rousseff, que responde a processo de impeachment no Senado Federal. Essa é a leitura que faz a equipe de análise política da XP Investimentos, que enxerga nas ações do peemedebista a conciliação de interesses em um jogo que leva em consideração o calendário e o gerenciamento de expectativas.

"Temer tem evitado se indispor ao máximo. Busca ocupar o noticiário com notícias positivas, renova suas intenções de ajuste econômico, celebra a 'retomada da confiança' e tenta se apresentar a população como alguém preparado para governar. O mantra da 'retomada do emprego' tem sido repetido por Temer, nesta sua tentativa de se conectar as necessidades imediatas da população", escreveram os especialistas em relatório a clientes.

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Um bom exemplo dos esforços do presidente interino em manter agenda o mais pacífica possível enquanto não se conclui o processo de impeachment é o chamado "pacote de bondades" recém-lançado, que contou com reajuste para servidores judiciários e Procuradoria-Geral da República, renegociação de dívidas com estados, acenos para municípios, mais recursos para o Ministério da Educação, Bolsa Família e outros programas, em contrariedade ao discurso de ajuste fiscal.

"O Congresso e o mercado estão em período de calmaria, esperando para ver o que acontecerá depois da votação do impeachment, se o governo terá forças para avançar na agenda econômica e o quanto interesses paroquiais e disputas de poder eventualmente não atendidos poderão interferir no andamento destas votações", observaram os analistas da XP Investimentos. "Por causa da interinidade, o parlamento hoje vive uma dualidade, a de 'quem não é Temer, é Dilma'. Isso, e a reconhecida capacidade de melhor trato com os parlamentares, ajudam a explicar parte da relativa tranquilidade que o governo tem tido na relação com o Congresso, que não tem votado muito, mas que tampouco tem dado muitas dores de cabeça a Temer".

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Na avaliação dos especialistas, o mercado tem dado o benefício da dúvida ao atual governo, em um momento de grandes incertezas para a economia e política internacionais. Para eles, o maior desafio do PMDB -- partido tradicionalmente dividido entre caciques e suas tendências -- será administrar o pragmatismo apresentado no programa "Uma ponte para o futuro", a solução que encontrou para dizer ao país que estava pronto para assumir o governo. "O que agrada a política, não agrada a economia, e vice-versa", avaliaram.

Tal contrariedade tende a ficar mais clara ao final da interinidade e a esperada efetivação de Temer na presidência, uma vez que o governo poderá jogar mais duro em sua agenda, assim como o Congresso para ter suas demandas atendidas. Os especialistas da XP recomendam que se evite o entendimento do atual momento como uma sinalização do que está por vir após o impeachment. "Estamos vivendo uma trégua" que provavelmente não continuará, dizem. "O Congresso e o mercado poderão ser mais exigentes".

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