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Economia

Copom eleva taxa básica de juros para 8,5% ao ano

Banco Central decide subir a Selic em meio ponto percentual, jogando contra os investimentos produtivos e aumentando o custo e a remuneração do dinheiro; Fed americano anunciou que manterá estímulos à economia, como a política de juros baixos, até que mercado de trabalho do país fique mais robusto; por aqui, taxa de emprego caiu 0,5% em junho, no primeiro resultado negativo do ano; decisão do BC não ajuda no estímulo ao regime de pleno emprego

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247 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, reunido desde a terça-feira 9, tomou uma decisão final: em vez de continuar apostando no atual modelo de crescimento, optou por nova elevação da Selic, desta vez em meio ponto percentual, investindo de vez na recessão econômica. Formado, basicamente, por agentes financeiros, o chamado 'mercado' já aguardava um subia de meio ponto na taxa básica de juros, que sobre para 8,5%. A indústria não queria, o comércio não queria, os empregados não queriam, mas o 'mercado' sim.

A decisão do Copom torna-se ainda mais emblemática da economia que se quer porque o Federal Reserve, o Banco Central americano, decidiu rever a retirada de suas medidas de estímulo à economia, lastreadas no afrouxo monetário, exatamente à espera de mais reações do mercado de trabalho. Em anúncio divulgado hoje, o Fed assinalou que, antes de uma melhora substancial dos níveis de emprego nos EUA, não é recomendável tornar o dinheiro que circula na economia mais caro. O Brasil vive esse mesmo momento, mas deve tomar, com uma nova alta de juros, um caminho reverso ao da sustentação do emprego.

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Terceira alta

Foi a terceira vez seguida que o BC elevou os juros básicos, mais uma vez por unanimidade. "O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", justificou o Copom em comunicado. Em abril, o Copom iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos, depois de quase dois anos sem aumento, e elevou a Selic para 7,5% ao ano. Desde agosto de 2011, a taxa vinha sendo reduzida sucessivamente até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor nível da história. A Selic foi mantida nesse nível até março deste ano.

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A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de tolerância de dois pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde julho do ano passado, o IPCA acumulado em 12 meses vem subindo. Em junho, o índice acumulado chegou a 6,7% e ultrapassou o teto da meta de inflação do governo. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2013 em 5,81%.

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Por outro lado, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu apenas 0,9% no ano passado e ainda está sob o efeito de estímulos do governo, como desonerações e crédito barato. De acordo com o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de 2,34% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. A estimativa foi reduzida pela oitava semana seguida.

Usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), a taxa Selic serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la, o Banco Central contém o excesso de demanda, que se reflete no aumento de preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

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Com Agência Brasil

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