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Economia

Desemprego alto e baixo consumo respondem por inflação no centro da meta

Reportagem da agência Reuters mostra que o alto nível do desemprego no Brasil vai conter as pressões inflacionárias até 2019, mesmo com as expectativas de recuperação econômica, e contribuirá para que a alta dos preços permaneça em torno do centro da meta oficial neste período; "Mesmo que exista retomada, a economia ainda opera muito abaixo da capacidade, o que significa que há muita máquina ociosa e mão de obra desempregada", avaliou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani; "Não vemos movimento forte o suficiente para o ciclo econômico gerar pressão inflacionária"; Brasil terminou 2016 com mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho e taxa de desemprego de 12%

Reportagem da agência Reuters mostra que o alto nível do desemprego no Brasil vai conter as pressões inflacionárias até 2019, mesmo com as expectativas de recuperação econômica, e contribuirá para que a alta dos preços permaneça em torno do centro da meta oficial neste período; "Mesmo que exista retomada, a economia ainda opera muito abaixo da capacidade, o que significa que há muita máquina ociosa e mão de obra desempregada", avaliou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani; "Não vemos movimento forte o suficiente para o ciclo econômico gerar pressão inflacionária"; Brasil terminou 2016 com mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho e taxa de desemprego de 12% (Foto: Aquiles Lins)
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SÃO PAULO (Reuters) - O alto nível do desemprego no Brasil vai conter as pressões inflacionárias até 2019 mesmo com as expectativas de recuperação econômica, e contribuirá para que a alta dos preços permaneça em torno do centro da meta oficial neste período, possibilitando manter a trajetória de queda dos juros.

Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, o principal canal que vai captar esse cenário é o setor de serviços, cuja inflação é mais atrelada ao poder aquisitivo da população, que verá o desemprego subir ainda mais neste ano, para acima 13 por cento, com recuperação lenta em seguida.

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"Mesmo que exista retomada, a economia ainda opera muito abaixo da capacidade, o que significa que há muita máquina ociosa e mão de obra desempregada", avaliou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani. "Não vemos movimento forte o suficiente para o ciclo econômico gerar pressão inflacionária."

Depois de dois anos de contração, a expectativa é de que a atividade econômica se estabilize no meio de 2017, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 0,48 por cento neste ano e indo a 2,3 por cento em 2018, segundo a mais recente pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas.

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Apesar disso, especialistas calculam que o pico do desemprego acontecerá em meados deste ano, com a taxa medida pela Pnad Contínua chegando a até 13,5 por cento e com renda em queda. A partir daí, a tendência é de estabilização, com o país vendo melhora mais clara do mercado de trabalho somente a partir de 2018, mas ainda de forma bastante gradual.

O Brasil terminou 2016 com número recorde de mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho e taxa de desemprego de 12 por cento.

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LENTO CONSUMO

O excesso de mão de obra ociosa mantém os salários baixos e provoca retomada mais lenta do consumo, o que acaba ajudando a segurar a inflação. Em 2014, o consumo das famílias subiu 2,3 por cento, mas em 2015 já recuou 3,9 por cento. Ao longo do ano passado, foi caindo a cada trimestre e, no terceiro, a perda foi de 3,4 por cento sobre o mesmo período de 2015.

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Os especialistas consultados preveem novo ano de fraqueza do consumo em 2017, apresentando retomada somente em 2018. Nas contas do economista do banco de Tokyo Mauricio Nakahodo, o consumo das famílias deve subir apenas 0,6 por cento este ano, com aumento de 2,5 por cento em 2018.

"Em um ambiente de taxa de desemprego muito alta, o trabalhador não tem poder de barganha para conseguir aumentos reais, a demanda do consumo não cresce de forma acelerada, e isso leva a menor pressão sobre os preços", explicou Nakahodo.

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Diante desse cenário, o setor que mais sofre com a queda da demanda é o de serviços, segundo economistas, contribuindo para menor pressão inflacionária.

De 8,09 por cento em 2015, a inflação desse setor caiu a 6,5 por cento no ano passado e deve subir cerca de 5 por cento em 2017 e 2018, ou até menos, segundo economistas.

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O movimento da inflação de serviços vem sendo acompanhado de perto pelo BC, que iniciou novo ciclo de afrouxamento monetário em outubro passado e já reduziu a Selic em 1,25 ponto percentual, a 13 por cento ao ano.

Esse comportamento mantém ancoradas as expectativas de alta de preços para os próximos anos próximas ou no centro da meta, que, para 2017 e 2018, é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual.

"A mensagem é que a inflação está rapidamente convergindo para o centro da meta, e boa parte disso é por causa do desemprego", destacou Padovani.

Na pesquisa Focus desta segunda-feira, a projeção para o IPCA já é de alta de 4,47 por cento.

O IPCA fechou 2016 a 6,29 por cento, dentro da meta oficial, indo a 5,35 por cento em janeiro no acumulado em 12 meses.

(Por Camila Moreira)

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