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Economia

Dieese mostra impacto da crise da Petrobras

Peso do setor de óleo e gás no PIB brasileiro saltou de 3%, no ano 2000, para 13% este ano; Petrobras investiu média de R$ 383 milhões por dia na compra de equipamentos e pagamentos por obras em 2014; agora, porém, já revê contratos de R$ 59 bilhões com as empreiteiras denunciadas na operação Lava Jato; curva de empregos, que subira de 81 mil vagas, em outubro, para 85 mil, no mês passado, irá declinar; dados são do Diesse, que já vê estaleiros como polos da nova crise

Peso do setor de óleo e gás no PIB brasileiro saltou de 3%, no ano 2000, para 13% este ano; Petrobras investiu média de R$ 383 milhões por dia na compra de equipamentos e pagamentos por obras em 2014; agora, porém, já revê contratos de R$ 59 bilhões com as empreiteiras denunciadas na operação Lava Jato; curva de empregos, que subira de 81 mil vagas, em outubro, para 85 mil, no mês passado, irá declinar; dados são do Diesse, que já vê estaleiros como polos da nova crise (Foto: Aline Lima)
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247 – O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) acaba de produzir um trabalho preliminar sobre o impacto que uma interrupção nos investimentos da Petrobras pode causar na economia. Ele será gigantesco. Em fase de plena expansão, perfazendo R$ 104 bilhões em 2014, numa média de R$ 383 milhões de gastos com a compra de equipamentos e pagamento de obras a cada dia deste ano, a falta dessa injeção de recursos da estatal na cadeia produtiva do petróleo, óleo e gás tende a esvaziar um polo de empregos que estava em pleno crescimento até aqui. Em outubro, o setor oferecia 81 mil vagas formais de trabalho, passando para 85 mil em novembro. Essa performance, agora, está ameaçada.

Segundo os dados compilados pelo Diesse, o peso do setor de óleo e gás no PIB saltou de 3%, no ano 2000, para 13% em 2014. Em ritmo de cruzeiro, deveria chegar a 20% em 2020, mas essa projeção está ameaçada. Os contratos da Petrobras com as empreiteiras denunciadas na operação Lava Jato somam R$ 59 bilhões. Eles estão em andamento, mas a companhia já suspende pagamentos. Com isso, pelo menos 600 demissões já ocorreram em estaleiros. A previsão é a de que todos esses contratos terão de ser revisados, e para baixo.

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A seguir, a íntegra dos primeiros dados divulgados pelo Dieese a sindicalistas:

Efeitos para o Brasil e para os trabalhadores com uma possível paralisia dos projetos da Petrobrás

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Algumas Informações iniciais

1.     A expansão da Petrobrás e de seu plano de investimentos, em especial a partir da descoberta de petróleo no pré-sal, fez com que o peso do setor de óleo e gás no PIB do Brasil saísse de 3% em 2000 para 13% em 2014, chegando em 20% em 2020, segundo estimativas da própria estatal;

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2.     Segundo dados do BNDES, o setor de petróleo e gás será responsável por 42% dos investimentos industriais e 12% de todos os investimentos do Brasil até 2017;

3.     Em 2013 a Petrobrás investiu R$ 104 bilhões em obras e equipamentos (R$ 383 milhões por dia), equivale a 12% de todos os investimentos feitos no país;

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4.     Uma redução nos investimentos da Petrobrás poderia proporcionar imensos prejuízos à economia brasileira, pois os investimentos da Petrobras sustentam milhares de fornecedores, que por sua vez têm contratos com outros tantos subfornecedores. Muitas dessas empresas dependem exclusivamente da estatal, que praticamente detém o monopólio do setor no país, com 90% da produção e 100% do refino de petróleo;

Empresas envolvidas até o momento (12 de dezembro de 2014)

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1.     Somente com as empresas envolvidas chegam a R$ 59 bilhões em contratos com a Petrobrás;

2.     Segundo denúncia do Ministério Público Federal as empresas envolvidas na Operação Lava Jato são: Odebrecht, OAS, Camargo Correia, Mendes Junior, Andrade Gutierrez, Techint, Promon, Skanska, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Engevix, Setal, GDK, UTC/Constran; Nestas empresas ainda não há notícias de demissões;

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3.     Empresas com notícias recentes de demissões são principalmente empresas do setor naval. Isso porque a Petrobrás tem atrasado pagamentos e fechado novos contratos em consequência de revisões contratuais e aumentado às exigências dos órgãos de controle. Os casos mais emblemáticos são:

a)    Niterói – RJ – Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí as empresas mais afetadas são os estaleiros Mauá, Eisa Petro-Um, Brasa, UTC e Enaval. 600 demissões nesse ano, com um total de 12.000 trabalhadores no município;

b)    Rio Grande do Sul - Iesa Óleo e Gás – Contratos com Petrobrás rompido e anunciou que demitirá cerca de 1.000 trabalhadores;

c)    Bahia – Consórcio Estaleiro Paraguaçu, 470 demissões pela empresa Enseada Indústria Naval;

d)    Segundo o SINAVAL (sindicato patronal que representa os estaleiros no Brasil) trata-se de problemas isolados: disponível em http://sinaval.org.br/2014/12/4893/

"A construção naval brasileira é um setor que apresenta um desempenho muito positivo e em novembro registrou aumento no número de empregos, que passaram de 81 mil em setembro para 85 mil em novembro de 2014".·     

"A atual crise não afeta grande parte dos contratos de construção naval em andamento. Não afeta o programa de construção de petroleiros, com oito navios entregues e 38 com entrega prevista até 2020. Não afeta a construção de navios de apoio marítimo à produção de petróleo em alto mar, contratos com empresas privadas operadoras das frotas e que prestarão serviços à Petrobras, com entregas previstas até 2020. O que pode ser afetado é o plano de negócios da Petrobras em relação ao fornecimento de 56 novas plataformas de produção até 2030, considerando a manutenção das metas de produção".

"A construção naval tem problemas pontuais que não podem ser atribuídas a crise atual. Por exemplo a crise no Estaleiro Ilha S/A (EISA) é um problema financeiro dos acionistas do estaleiro. A mesma coisa acontece com o estaleiro IESA, no Rio Grande do Sul – é um problema financeiro do acionista".

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