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Economia

Dívida dos EUA explode e vai a 136% do PIB, nível mais alto desde a 2ª Guerra Mundial

"Outra maneira de ver a dívida dos Estados Unidos é que ela agora atingiu uns incríveis quase 1.000% da receita federal anual", disse Michael Pento, presidente e fundador da Pento Portfolio Strategies. Segundo ele, o déficit fiscal de 2020 deve ser de US$ 3,3 trilhões, o que torna a situação "ainda pior"

Cédulas de dólar (Foto: REUTERS/Guadalupe Pardo)
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Sputnik - Especialistas referem que a dívida do país seguia aumentando nos anos anteriores à pandemia, e que os gastos exorbitantes para combater a recessão complicam ainda mais a situação.

A dívida dos EUA já atingiu seu nível mais alto desde a Segunda Guerra Mundial, e atualmente é igual ao tamanho da economia do país, disse o The Wall Street Journal, citando o Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês).

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A pandemia levou a uma situação em que "há um grande aumento da dívida pública na maioria dos países este ano", disse Joseph Gagnon, membro sênior do Instituto Peterson, à Sputnik Internacional.

"A arrecadação de impostos diminui quando as empresas fecham ou reduzem de tamanho, e o governo gasta mais para subsidiar os trabalhadores e as empresas. Nos EUA, o corte fiscal de Trump em 2018 já tinha aumentado o déficit um pouco antes da pandemia [nos] ter atingido", disse Gagnon.

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Michael Pento, presidente e fundador da Pento Portfolio Strategies, lembrou em entrevista à Sputnik que a proporção da dívida nacional em relação ao PIB dos EUA atingiu 136%, a mais alta desde a Segunda Guerra Mundial.

"Outra maneira de ver a dívida dos Estados Unidos é que ela agora atingiu uns incríveis quase 1.000% da receita federal anual", disse ele, acrescentando que o déficit fiscal de 2020 deve ser de US$ 3,3 trilhões [R$ 17,5 trilhões], o que, segundo Pento, torna a situação "ainda pior".

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"Portanto, não é só a diminuição do montante da receita, que está a ser anulado pela enorme dívida; o governo está aumentando esta dívida a uma taxa equivalente a 17% do PIB anual. Em outras palavras, a ideia de que a dívida pode ser paga alguma vez é ridícula", disse Pento.

O especialista acrescentou que, embora a pandemia do coronavírus tenha exacerbado a desregulamentação nos Estados Unidos, "a dívida e os déficits têm sido um problema [no país] desde a Grande Recessão de 2008".

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"Mesmo no que alguns caracterizaram recentemente como 'a maior economia da história' [durante a presidência de Trump], os déficits estavam crescendo a uma taxa de US$ 1 trilhão [R$ 5,3 trilhões] antes do vírus. O verdadeiro problema é a loucura fiscal e monetária em Washington, que foi adotada para inflar bolhas de ativos perpetuamente", disse ele.

Brian Riedl, membro sênior do Instituto de Pesquisa Política de Manhattan, ecoou Michael Pento, e enfatizou que a dívida nacional dos EUA, que era de US$ 17 trilhões (R$ 90,1 trilhões) no início de 2020, pode "subir para um espantoso montante de US$ 33 trilhões [R$ 175 trilhões] até o final da década".

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"Com as compras da dívida externa relativamente estagnadas durante a última década, não está claro como a poupança interna financiará este aumento sem precedentes dos empréstimos federais", disse Riedl.

Déficits que vieram para ficar

De acordo com Riedl, "de modo geral, se espera que a pandemia acrescente US$ 2,1 trilhões [R$ 11,1 trilhões] à dívida dos EUA durante a próxima década, já que grande parte das novas despesas e perdas de renda são compensadas por poupanças provenientes de taxas de juros mais baixas sobre a dívida".

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O especialista disse que, embora a pandemia e a recessão que se seguirá tenham algum dia que acabar, parece que os "trilhões de dólares da dívida vieram para ficar".

Segundo ele, "o perigo é que, com níveis de dívida de US$ 33 trilhões [R$ 175 trilhões], cada aumento de um ponto percentual na taxa média de juros paga por Washington custará US$ 300 bilhões (R$ 1,59 trilhão) em custos de juros anuais".

"As insaciáveis necessidades de empréstimo de Washington", segundo ele, "afastariam outros investimentos e prejudicariam o crescimento".

Brian Riedl concluiu que "estes déficits insustentáveis a longo prazo" serão um desafio para Washington, e ocorrerão simultaneamente a seus esforços para "acabar com a pandemia e salvar a economia".

O governo dos Estados Unidos concedeu até US$ 5 trilhões (R$ 26,5 trilhões) em fundos de resgate do coronavírus desde março de 2020. A Lei de Assistência Econômica, Alívio e Segurança do Coronavírus (CARES) foi aprovada em 27 de março no valor de US$ 2 trilhões (R$ 10,6 trilhões). A Lei de Soluções de Emergência Omnibus de Saúde e Recuperação Econômica (HEROES), de US$ 3 trilhões (R$ 15,9 trilhões), foi aprovada em maio.

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