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Economia

Eduardo Moreira sobre propaganda do BB: temos vergonha de mostrar quem produz riqueza no Brasil

À TV 247, o economista e ex-banqueiro Eduardo Moreira comentou a censura de Bolsonaro sobre a propaganda do Banco do Brasil que mostrava uma diversidade racial e sexual entre jovens; "Quando o presidente interfere na política de preços da Petrobrás, as pessoas acham um absurdo porque o mercado tem que funcionar. Mas quando interfere em uma propaganda, dado que o presidente está dando voz a esse racismo que essa nossa elite tem, aí pode?", indaga; assista

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247 - O economista e ex-banqueiro Eduardo Moreira criticou a censura praticada pelo presidente Jair Bolsonaro à propaganda do Banco do Brasil que mostrava uma diversidade racial e sexual entre jovens. A propaganda do aplicativo do BB, disse ele à TV 247, mostrava exatamente o perfil dos responsáveis pela criação destes tipos de softwares.

"Você já entrou alguma vez em uma empresa de softwares de aplicativos, dessas grandes? Sabe como as pessoas trabalham dentro dessas empresas? Exatamente igual como esses rapazes e meninas que aparecem na propaganda do Banco do Brasil. Você tem negros e brancos, tatuados e não tatuados, pessoas com dreadlock e cabelo raspado, homossexuais e heterossexuais, é de uma diversidade, de uma pluralidade, porque se não tiver isso não tem a criatividade que é necessária ali", descreveu.

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Eduardo Moreira afirmou que o Brasil tem medo de mostrar quem produz as riquezas do país. "Isso que o governo fez, de não ter noção de que quem faz um aplicativo como aquele é um grupo como aquele que está na propaganda e proíbe que esse tipo de grupo apareça, me lembra muito as casas que a gente tem dos bacanas aqui no Brasil onde a dona da casa ou ali o patrão chama os amigos todos para um jantar chique, a empregada doméstica faz o jantar inteiro, trabalha o dia inteiro, e quando chega a noite na hora de servir jantar ela tem que ficar escondida dentro da cozinha para ninguém saber que foi ela que fez. A gente tem vergonha de mostrar quem produz riqueza no Brasil, para mim é muito emblemático e simbólico a gente ter uma propaganda que esconde exatamente aquele universo que é o universo que faz aquilo que está sendo vendido na propaganda".

O ex-banqueiro também criticou o silêncio em relação à medida do presidente. "Quando o presidente interfere na política de preços da Petrobrás as pessoas acham um absurdo porque o mercado tem que funcionar, porque a empresa é uma empresa de capital misto, então você tem acionistas minoritários que devem ser respeitados e etc. Mas quando o presidente interfere em uma propaganda, dado que o presidente está dando voz a esse racismo que essa nossa elite tem, dado que o presidente está dando voz a todo esse a todo esse ódio às minorias que a elite tem, aí pode? Qual a diferença entre um caso e outro? Não tem diferença nenhuma, é uma interferência do presidente em uma empresa".

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Eduardo Moreira ainda avaliou a censura de Bolsonaro como "uma maldade sem tamanho". "O segundo ponto é o seguinte: o que o Bolsonaro fez é de uma maldade, tanto no nível individual como coletivo, sem tamanho. A gente está falando de um grupo de pessoas que já sofre, parte dele, que foi o grupo que se levantou, um preconceito enorme dessa nossa sociedade, estruturalmente. Vem o presidente e chancela esse preconceito e não entende que até no nível individual daquelas pessoas que estão ali ele está cometendo uma agressão enorme, monstruosa".

Sobre um possível boicote ao Banco, o economista alerta para que não se tome um caminho que leve a privatização da empresa. "A única certeza que eu tenho é que a gente não pode ir por um caminho que desague na privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e dos bancos públicos, de jeito nenhum. O maior freio de geração de riquezas que existe no Brasil são os bancos privados, não há dúvida em relação a isso".

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