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Economia

Em meio ao conflito na Ucrânia, Petrobrás quer aprovação do governo para nova alta nos preços dos combustíveis

Amento proposto diminuiria a diferença em relação ao combustível importado, mas ficaria abaixo dos preços internacionais

Frentista abastece veículo em posto de combustíveis no Rio de Janeiro. 08/07/2021 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
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Sabrina Valle, Reuters - Executivos da Petrobrás vão buscar esta semana a aprovação do governo para aumentar os preços dos combustíveis em suas refinarias no Brasil, disseram à Reuters duas pessoas próximas às discussões.

Os aumentos de preços são sensíveis no Brasil por causa da taxa de inflação de dois dígitos em 12 meses no país e diante das eleições em outubro, nas quais o presidente Jair Bolsonaro concorrerá à reeleição.

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Bolsonaro disse na semana passada que a Petrobrás sabe da sua responsabilidade e o que pode fazer para que os preços dos combustíveis no Brasil não disparem apesar da alta internacional do petróleo devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.

O aumento de preço proposto diminuiria a diferença em relação ao combustível importado, mas ficaria abaixo dos preços internacionais, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas.

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A Petrobrás não respondeu a um pedido de comentário. A petroleira estatal está vendendo combustíveis com desconto em comparação com o combustível internacional, com a diferença aumentando uma vez os preços globais do petróleo atingiram 130 dólares o barril na segunda-feira.

A direção da Petrobrás alertará o governo de que há risco de desabastecimento de combustível em diferentes regiões do país, disse uma terceira pessoa.

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Os comerciantes suspenderam as importações em algumas regiões, pois teriam que vender com prejuízo para competir com os preços da Petrobrás, disse essa pessoa. O presidente-executivo da Petrobrás, Joaquim Silva e Luna, cancelou na quinta-feira uma viagem a Houston, onde deveria fazer uma apresentação na conferência de energia CERAWeek, a fim de discutir o aumento de preços com o governo, disseram as pessoas.

No domingo, as refinarias da Petrobrás estavam vendendo gasolina e diesel com desconto de cerca de 26% e 30%, respectivamente, em relação aos preços internacionais, a maior diferença em 10 anos, segundo estimativas da Abicom, associação de importadores de combustíveis no Brasil.

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O desconto no preço do combustível precisaria ultrapassar 30% para prejudicar financeiramente a empresa, dizem alguns analistas. Uma paridade total com os preços internacionais poderia deixá-la vulnerável a importadores de combustível mais fortes, dizem outros.

"Se houvesse importação excessiva de combustível, a Petrobrás perderia participação de mercado", disse Gustavo Allevato, analista de ações da Ibiuna Investimentos.

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A Petrobrás em 2021 quebrou seu recorde histórico de lucros anuais e pagamentos de dividendos, graças aos preços altíssimos do Brent. Isso deixou a Petrobrás em uma posição mais forte do que no passado para absorver os preços mais altos do petróleo, dizem analistas. A petroleira não divulga a diferença entre seus preços no atacado e internacionais, mas analistas fazem suas próprias estimativas.

A Petrobrás controla os preços dos combustíveis no Brasil por meio de suas participações de mais de 80% da capacidade de refino do país.

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As vendas de combustível da Petrobras ainda eram lucrativas antes que as recentes sanções contra a Rússia fizessem disparar os preços do Brent, disseram as pessoas.

A empresa teve margens reduzidas para absorver a volatilidade do mercado nos últimos meses.

A companhia ajustou os preços dos combustíveis pela última vez em 11 de janeiro, quando os futuros do Brent fecharam a 83,72 dólares por barril, bem abaixo dos níveis atuais.

A pressão para manter os preços baixos foi um fator na decisão do presidente do conselho da Petrobrás, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, de deixar o cargo, disseram as pessoas.

Ferreira decidiu renunciar antes que o Brent chegasse a 100 dólares por barril, para evitar a pressão durante um ano eleitoral, disseram as duas primeiras pessoas.

Ferreira disse à Reuters no sábado que sua decisão de sair depois que seu mandato expirar no próximo mês é puramente pessoal, já que ele deseja passar mais tempo com sua família.

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