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Economia

Endividamento da população bate recorde no governo Bolsonaro

Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mostra que o percentual de endividados chegou a mais de 67,5% da população no mês de abril

(Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Cosmo Silva, Rede Brasil Atual - Pandemia da Covid-19 sem controle, desemprego em alta e redução do auxílio emergencial escancaram ainda mais a desigualdade no país. O endividamento dos mais pobres bate recorde no governo Bolsonaro. Pesquisa divulgada nesta semana pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo mostra que o percentual de endividados chega a mais de 67,5% da população no mês de abril.

Esse é o nível mais alto da pesquisa, também registrado em agosto do ano passado. O resultado de abril significa a quinta alta mensal seguida, com 0,2 ponto percentual de crescimento em relação a março.

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A sondagem mensal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, o Ibre/FGV, também aponta para 22,3% da população com renda de até R$ 2.100 se dizendo endividada em abril. Desde o início da série histórica, em maio de 2009, esse patamar de endividamento da classe mais baixa só foi observado em junho de 2016.

Políticas desastrosas

O diretor Adjunto do Dieese, que é o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, atribui esses números de endividamento da população às políticas desastrosas do governo Bolsonaro.

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José Silvestre destaca que o desemprego, valor irrisório do auxílio emergencial, alta nos preços dos alimentos e pandemia fora de controle contribuem ainda mais para o endividamento dos mais pobres sob Bolsonaro.

“Isso deve ser atribuído a esse governo, principalmente porque houve a redução do valor do auxílio emergencial. Nós ficamos praticamente sem o auxílio no primeiro quadrimestre de 2021, porque o auxílio só veio em abril, no valor de R$ 250”, afirma.

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Segundo o diretor-adjunto do Dieese outro agravante é a inflação, que afeta principalmente as famílias de baixa renda por meio dos preços dos alimentos. “É uma combinação de fatores que remetem ao aumento da inadimplência das famílias”, afirma.

Salário rebaixado e atrasado

Trabalhador do comércio, Jailson Silva, de 45 anos, relata as dificuldades evidenciadas pela crise com o não recebimento de salário e contas atrasadas.

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“Meu salário e a carga horária foram reduzidos em consequência da pandemia. Perdi um serviço autônomo e agora fica difícil para honrar todos os compromissos. Meu salário também está atrasado há dois meses, e a cesta básica há seis”, diz.

Ainda de acordo com o diretor adjunto do Dieese, para tentar aliviar as dívidas, as pessoas acabam recorrendo aos empréstimos bancários. José Silvestre diz que esse tipo de saída na verdade faz com que os trabalhadores entrem em uma bola de neve, uma vez que a recuperação da renda não está acontecendo.

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Dívidas acumuladas

E foi exatamente o que aconteceu com o Jailson Silva. Ele ressalta que ao recorrer a um empréstimo e estourar o limite do cartão de crédito, não tem como honrar a dívida, uma vez que o seu salário não está sendo pago com frequência.

“Tentei resolver a minha questão financeira e caí na besteira de pegar empréstimo. Estourei o limite do  cartão e agora tenho outra dívida que não estou conseguindo pagar por conta dos salários atrasados. E não tenho perspectiva de melhorar ou arrumar outro emprego”, afirma.

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De fevereiro para março, a Serasa Experian computou mais de um milhão de inadimplentes no país, totalizando 62 milhões de pessoas endividadas. Foi o segundo maior avanço mensal de toda a série histórica. No recorte por setor, a inadimplência apurada pela Serasa é maior nos gastos com cartão de crédito e em contas básicas, como água e luz.

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