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Economia

Especialistas defendem renda básica permanente e universal no pós-coronavírus

Debate sobre distribuição de renda ganha força em todo o mundo à medida que a crise evidencia a necessidade de se garantir o mínimo para sobrevivência das pessoas e da economia

(Foto: Divulgação)
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Rede Brasil Atual - O chamado auxílio emergencial – que começou a ser distribuído na semana passada a trabalhadores informais, autônomos e desempregados como forma de reduzir os impactos da pandemia provocada pelo novo coronavírus – não deveria ser uma média de excepcionalidade, apenas para contornar a crise sanitária, mas um direito permanente e universal, a ser mantido depois que esse período passar. 

Instituições de todo o mundo defendem que a extensão e a garantia de uma renda mínima aos cidadãos será fundamental para manter a atividade econômica e, sobretudo, garantir a sobrevivência da população. No cenário brasileiro, por exemplo, o Dieese alerta que os elevados números do desemprego e da redução da renda dos trabalhadores devem se acentuar nos próximos meses. 

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“Pelas nossas contas, nós devemos passar dos 17 milhões de desempregados, alguns cálculos estão chegando a 20 milhões de desempregados. Precisamos garantir renda à essas pessoas, não dá para ter uma visão de que elas vão poder esperar a crise passar. E essa pode ser uma crise mais longa do que a gente imagina, do ponto de vista econômico. As ações precisam ser feitas”, adverte o diretor técnico da entidade, Fausto Augusto Júnior, em entrevista ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual. 

Exemplos pelo mundo

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Outros países também estão adotando medidas emergenciais para garantir alguma tranquilidade à população durante a crise, como os Estados Unidos, que aprovaram um pacote que transfere renda às famílias nos valores de US$ 1.200 a US$ 3.000 para todos os cidadãos da classe média e trabalhadora, enquanto durar a pandemia. Em Cingapura, por exemplo, o governo aprovou repasses de US$ 300 a US$ 1.500. No Irã, outro país que vem sendo fortemente atingido pela pandemia, três milhões de famílias devem receber uma renda de US$ 400 por quatro meses. 

As medidas de distribuição de renda acompanham ainda o apelo de instituições, como destacou à Rádio França Internacional (RFi), o especialista independente da Organização das Nações Unidas (ONU) Juan Pablo Bohoslavsky, que defendeu a implementação do auxílio durante a crise.

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“Neste momento, é fundamental que mais pessoas tenham esse auxílio. Estamos perto de um quinto dos brasileiros recebendo o abono emergencial, podendo passar para pelo menos um quarto ou um terço, e o movimento é ir ampliando isso de modo que a gente vai universalizando um bem, construindo uma outra lógica de organização da sociedade”, defende o diretor do Dieese. 

O que a experiência do Bolsa Família mostra

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Com o pagamento do auxílio emergencial restrito aos trabalhadores autônomos, informais e microempreendedores individuais (MEIs), que deve beneficiar cerca de 42,3 milhões de pessoas, segundo calcula o Dieese, o esperado é que mais brasileiros também possam contar com uma renda mínima durante a crise do coronavírus. 

A expectativa é que a Câmara vote nesta semana o Projeto de Lei (PL) 873/2020, já aprovado no Senado, prevendo a ampliação da renda mínima emergencial a quase 30 categorias profissionais como garçons, manicures, fisioterapeutas, pescadores e motoristas de aplicativo. 

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Segundo Fausto, com a tendência negativa sobre a economia, é preciso expandir o auxílio emergencial para colocar a sociedade em patamar “mais razoável de igualdade”, como mostra os resultados do pagamento do Bolsa Família, ao girar economias locais.

“Quando você coloca o Brasil, as pessoas, num outro patamar de renda, numa lógica de distribuição de renda, que você vai garantindo o mínimo para que a população em geral possa sobreviver. Esse é um debate fundamental que a gente precisa ter e avançar e que vai se colocar no pós-pandemia, a partir de uma ideia de que é possível construir uma outra economia, mais solidária, equânime e com mais distribuição de renda e que a gente possa mitigar muitos dos problemas que estamos vendo se acelerar com a pandemia”, destaca.

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