Ex-presidente da Eletrobrás contesta entrega da Petrobrás no governo Bolsonaro
Em artigo, o físico Luiz Pinguelli Rosa diz que todas as grandes petroleiras globais estão preservando suas atividades de refino, ao contrário da estatal brasileira, que decidiu vender suas refinarias
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247 - Ex-presidente da Eletrobrás e Doutor em física, Luiz Pinguelli Rosa afirma que, após a aprovação da venda de refinarias sem aval do Congresso, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal, "a grande mídia noticiou o fato como vitória da Petrobrás, o que confunde a opinião pública, pois a atual gestão da estatal indicada por Bolsonaro é ideologicamente contrária aos interesses nacionais, os quais incluem atender a demanda interna de derivados a preços justos, bem como desenvolver a exploração, a produção e a tecnologia, incluindo os biocombustíveis. Não basta dar lucro para os acionistas, em particular os norte-americanos".
"À parte o interesse nacional, que cabe à gestão da estatal defender, o próprio interesse da empresa energética está em jogo", escreve o ex-dirigente em sua coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o Pinguelli Rosa, "a posição das maiores empresas petrolíferas do mundo é de possuir uma grande capacidade de refino, maior até que a de produção".
"A razão é simples: o preço internacional do barril do petróleo varia muito. Nos últimos anos foi de US$ 100 a US$ 20; logo, a margem de lucro na sua produção tem uma variação difícil de prever. Entre 2015 e 2016, o lucro líquido da Petrobras no refino foi maior do que na exploração e produção (E&P)", disse.
"Já em 2017, a situação se inverteu. A verticalização, englobando 'upstream' (E&P) e 'downstream', que inclui refino, transporte e distribuição, permite equilibrar o lucro da empresa", continuou. "A privatização da Petrobras parece mais um caso de jabuticaba brasileira".
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