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Economia

Fabiana Matheus: “direitos estão indo para o ralo”

Liderança da "Chapa do Participante", de oposição, em entrevista ao 247 Fabiana Cristina Meneguele Matheus denuncia manobras contábeis da atual diretoria da Funcef para encobrir um déficit crescente e acusa os atuais gestores de fazer opções de investimentos que causaram prejuízo sem necessidade, como a excessiva concentração de investimentos em renda fixa; "A Previ manteve sua posição na renda variável e soube aguardar o bom momento da Bolsa e de outros investimentos, como as ações da Vale, "afirma, referindo-se ao Fundo que é referência no país

Liderança da "Chapa do Participante", de oposição, em entrevista ao 247 Fabiana Cristina Meneguele Matheus denuncia manobras contábeis da atual diretoria da Funcef para encobrir um déficit crescente e acusa os atuais gestores de fazer opções de investimentos que causaram prejuízo sem necessidade, como a excessiva concentração de investimentos em renda fixa; "A Previ manteve sua posição na renda variável e soube aguardar o bom momento da Bolsa e de outros investimentos, como as ações da Vale, "afirma, referindo-se ao Fundo que é referência no país (Foto: Ana Pupulin)
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247 - Liderança da "Chapa do Participante", de oposição, em entrevista ao 247 Fabiana Cristina Meneguele Matheus denuncia manobras contábeis da atual diretoria da Funcef para encobrir um déficit crescente e acusa os atuais gestores de fazer opções de investimentos que causaram prejuízo sem necessidade, como a excessiva concentração de investimentos em renda fixa. "A Previ manteve sua posição na renda variável e soube aguardar o bom momento da Bolsa e de outros investimentos, como as ações da Vale, "afirma, referindo-se ao Fundo que é referência no país.

Primeira mulher a ocupar a coordenação da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, órgão responsável pelas negociações trabalhistas com o banco, Fabiana nasceu em Bauru, a 324 quilômetros de São Paulo. Entrou no banco em 1989 e fez

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sua carreira atuando nas agências como caixa executivo e gerente de relacionamento. Na Funcef, foi eleita conselheira deliberativa por dois mandatos: 2006/2008 e 2008/2012.

Ela também foi presidente da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef/SP) também por dois mandatos e diretora de Administração e Finanças da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) de 2011/2016. Hoje, é diretora de Saúde e Previdência na FENAE. Sua entrevista, concedida momentos antes do início da votação, as 11 da manhã:

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BRASIL 247 - O déficit da Funcef é assunto permanente dos jornais. Quais são os números reais?

FABIANA - A atual gestão vem dizendo que conseguiu reduzir o déficit mas a verdade é que, de junho de 2014 até dezembro de 2017, esse déficit aumentou 50%, de R$ 4,2 bilhões para R$ 6,5 bilhões. Além das dificuldades da conjuntura, que tanto quiseram negar, houve falhas de gestão que comprometeram a recuperação dos resultados.

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QUAIS FALHAS A ATUAL GESTÃO COMETEU?

Os exemplos são muitos mas podemos citar a excessiva concentração de investimentos em renda fixa. Somente no Novo Plano – formado em sua maioria pelos trabalhadores da ativa – cerca de 70% dos ativos estão em títulos públicos. Com a inflação em queda, a rentabilidade é a pior diante dos demais segmentos. Enquanto isso, somente 20% dos investimentos estão na renda variável e 2,7%, nos investimentos estruturados, como os chamados Fundos de Investimento em Participações, os FIPs. Acontece os estruturados apresentaram a maior rentabilidade de todas (36,53%), enquanto a renda variável obteve 21,19% e a renda fixa apenas 9,62%.

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OS OUTROS FUNDOS COMETERAM O MESMO ERRO?

No setor, todos têm a Previ, do Banco do Brasil, como uma referência e lá foi bem diferente. Para ter uma ideia, no acumulado de janeiro a outubro de 2017, o índice Bovespa foi cerca de 15 vezes maior que o INPC (inflação). Com isso, a Previ recuperou grande parte dos resultados e já se prepara para buscar o superávit no início deste ano. Já a Funcef amarga uma recuperação mais lenta.

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E OS EQUACIONAMENTOS, COMO SE INSEREM NESSE CONTEXTO?

A diretoria da Funcef tenta disfarçar o fato de que grande parte do deficit já está sendo descontada dos participantes por meio dos planos de equacionamento. Nos anos anteriores, a Funcef optou por equacionar o deficit pelo mínimo. Uma medida populista que prometia reduzir os impactos sobre o participante, mas na verdade, o que vimos é que a conta foi se acumulando. Agora, no final da gestão, na tentativa de reduzir o peso do deficit no balanço de 2017, ao contrário dos anos anteriores, a diretoria da fundação resolveu fazer o equacionamento integral relativo a 2016. O deficit acumulado é de R$ 6,5 bilhões, mas o montante em equacionamento chega a R$ 10, 6 bilhões.

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OUTRAS CHAPAS FALAM EM EXTINGUIR BENEFÍCIOS PARA BUSCAR EQUILIBRAR OS PLANOS. COMO VOCÊ VÊ ESSA QUESTÃO?

Mais uma vez, vemos outros candidatos dizendo que o que traz déficit para os planos da Funcef são os benefícios dos trabalhadores, o que é um grande equívoco. O Fundo de Revisão de Benefícios (FRB), por exemplo, está previsto no regulamento e permite dar aumento real aos aposentados quando há excedente financeiro. Se o benefícios só são concedidos quando há excedente, é claro que ele não gera déficit. Daqui a pouco vão dizer que é melhor reduzir os valores dos benefícios para reduzir o déficit? Só falta essa. Por isso, defendo com unhas e dentes o FRB, o FAB e os demais benefícios que favorecem os participantes. Não é tirando dos trabalhadores que se administra um fundo de pensão.

OUTRO DEBATE ENVOLVE OS NÚMEROS DO CONTENCIOSO. QUAL A IMPORTANCIA DESSA DISCUSSÃO?

Isoladamente, o contencioso judicial continua sendo a maior causa do déficit da Funcef, mesmo após o balanço de 2017, quando a atual diretoria fez uma reclassificação contábil dos valores. Já havíamos alertado sobre a possibilidade desta manobra dos diretores, às vésperas das eleições. Até novembro do ano passado o valor provisionado era de R$ 2,4 bilhões. Em 1 mês, para fechar o balanço, a Funcef tirou 1 bilhão da conta e reclassificou este valor como perda possível. Uma manobra clara para dizer que a conta foi reduzida. Mas não foi. Daqui alguns anos essa conta vai aparecer para o participante pagar. A verdade é que a dívida é da Caixa, ela não paga, os atuais diretores não cobram e quem paga é o participante.

POR QUE OS FUNCIONÁRIOS DEVEM PARTICIPAR PASSIVAMENTE DAS ELEIÇÒES?

Eleger um representante do participante para a Diretoria Executiva da Funcef foi uma conquista recente, depois de muita luta dos empregados. Hoje este direito está ameaçado. Há uma série de projetos que querem acabar com a representação dos participantes nos fundos de pensão. Um deles é o PLP 268. Por isso é extremamente importante que os participantes votem para garantir nossa representação e a gestão sobre o nosso patrimônio. Porque os R$ 60 bilhões que estão lá na Funcef são de cada um de nós, dos 136 mil participantes.

SE A CHAPA DO PARTICIPANTE FOR VITORIOSA, QUAIS BENEFÍCIOS ESTARÃO ASSEGURADOS AOS MAIS DE 130 0000 PARTICIPANTES DA FUNCEF??

Um dos pilares das nossas propostas é a manutenção e ampliação de direitos. A gente observa que nos últimos anos os direitos dos participantes estão indo pelo ralo. A gota d'água foi a quebra da paridade no plano REG/Replan não Saldado, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta TAC), assinado por toda diretoria – eleita e indicada. Esse absurdo abriu um precedente perigosíssimo para que a mesma coisa aconteça nos outros planos. A paridade em todos os planos é inegociável e vamos buscar, na Justiça, anular os efeitos deste documento e impedir que os outros planos sejam prejudicados. As chapas concorrentes já sinalizaram que não vão defender o Fundo de Acumulação de Benefícios (FAB) e o Fundo de Revisão de Benefícios. Nós vamos e é nosso compromisso com os participantes.

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