CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Economia

Governo quer seguro para obras públicas, em pacote de medidas de estímulo

Governo interino de Michel Temer elabora um pacote com cerca de 20 medidas para acelerar a retomada de investimentos no país; entre elas estão um seguro para obras federais que garanta a conclusão dos projetos e evite a criação de aditivos que aumentam o custo, liberação de crédito pelos bancos públicos a micro, pequenos e médios empreendedores com juros mais baixos, securitização da dívida da União e novos critérios para que estrangeiros possam adquirir terras no Brasil  

Brasília- O presidente interino Michel Temer participa da posse do novo defensor da Defensoria Pública da União, Carlos Eduardo Barbosa Paz (Valter Campanato/Agência Brasil) (Foto: Aquiles Lins)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

(Reuters) - O governo quer criar um seguro para obras federais que garanta a conclusão dos projetos e evite a criação de aditivos que aumentam o custo, em uma das cerca de 20 medidas que estão sendo estudadas para melhorar o ambiente de negócios e acelerar a retomada do crescimento, disse à Reuters uma alta fonte do governo.

As medidas, que serão analisadas pelo presidente interino Michel Temer e pelo núcleo econômico do governo, devem ser apresentadas em 15 dias e incluem, além do seguro, crédito para microempreendedores, liberação da venda de terras para estrangeiros e a venda de parte da dívida ativa da União.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Um esboço inicial foi preparado pelo Ministério do Planejamento. "São hoje 20 propostas. No final pode ficar acima ou abaixo disso, depende do que o presidente decidir", disse a fonte.

A proposta de seguro para obras públicas prevê que a empreiteira candidata a uma licitação apresente seu projeto a uma seguradora, que irá servir de garantia para a conclusão da obra nos moldes e nos custos previstos no projeto, com a União como beneficiária do seguro.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

No caso da construtora falir ou se tornar incapaz de cumprir o que está no contrato, a seguradora pagaria ao governo federal para que a obra seja terminada. "Isso acaba com a possibilidade de se fazer um sem fim de aditivos e também impede que a empresa apresente um projeto irreal apenas para ganhar a licitação", explicou a fonte "Se ela apresentar uma proposta fora da realidade, a seguradora não vai aceitar."

BANCOS PÚBLICOS

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Uma segunda proposta que deve ser apresentada é a liberação de crédito pelos bancos públicos a micro, pequenos e médios empreendedores com juros mais baixos. "São esses setores os que mais empregam, e o objetivo é esse, criar emprego", disse a fonte.

Banco do Brasil, Caixa, Banco do Nordeste, BNDES e o Banco da Amazônia seriam usados para as operações de crédito. Questionada se existem recursos nos bancos, a fonte garantiu que sim. "A questão não é o valor, é o como liberar o crédito", disse.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Uma outra ação deve ser a securitização da dívida da União, que vem sendo já discutida abertamente. De acordo com o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, cerca de 60 bilhões de reais do 1,5 trilhão de reais da dívida ativa poderiam ser vendidos no mercado, mas a estimativa de arrecadação seria bem abaixo disso.

TERRAS PARA ESTRANGEIROS 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O governo federal planeja alterar a legislação e impor critérios para que estrangeiros possam adquirir terras no Brasil. Para evitar a simples especulação imobiliária, a intenção é aprovar uma nova legislação que imponha critérios para essas aquisições, como a apresentação de um plano de exploração da terra, a determinação do valor a ser investido, perspectiva de produção, geração de riqueza e de empregos.

“A intenção é que o investidor apresente um projeto de exploração efetiva da terra para evitar um investimento que leve apenas à especulação imobiliária”, disse a fonte, que pediu anonimato.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Há cerca de uma semana, em um almoço com a Frente Parlamentar Agropecuária, o presidente interino Michel Temer ouviu dos deputados um pedido para que o governo encontrasse uma fórmula para derrubar um parecer de 2010 da Advocacia Geral da União (AGU) que proíbe a venda de terras para estrangeiros. “Com a determinação do presidente, o Ministério do Planejamento fez um estudo e incluiu a liberação no pacote de medidas econômicas”, explicou a fonte.

O formato dessa liberação ainda não está definido. O Palácio do Planalto irá pedir à própria AGU que analise a possibilidade de rever o parecer. “Um parecer é fácil de derrubar”, afirmou a fonte, mas, com a nova legislação, o governo planeja ir além.

Não há ainda uma projeção do tamanho do investimento que o Brasil poderia atrair com a liberação da venda de terras para estrangeiros, mas o governo acredita que existam projetos consistentes que podem ser retomados, especialmente nas áreas de celulose e produção de commodities como a soja.

O parecer que limitou a posse de terra por estrangeiros, editado em 2010, estabeleceu um controle mais rígido na venda a pessoas físicas ou empresas que tenham a maior parte do capital não brasileiro, e deu ao então Ministério do Desenvolvimento Agrário --extinto no governo Temer-- a função de aprovar ou não a aquisição. Na prática, o resultado foi a suspensão desses investimentos, que raramente eram aprovados pelo MDA.

 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO