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Economia

Guido Mantega defende investimento público para o país superar a crise econômica

"Em uma crise, se o governo não investir, ninguém vai investir", diz o ex-ministro Guido Mantega, que refuta a tese de que o governo petista deixou "herança fiscal maldita"

Guido Mantega
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247 - Em entrevista ao jornalista Fábio Pupo da Folha de S.Paulo, o ex-ministro de Lula defende que o investimento público é necessário para tirar o país da crise. "Em uma crise, se o governo não investir, ninguém vai investir", afirma.

"A Ford anunciou o fechamento de suas fábricas no Brasil. O que isso tem a nos dizer?" - questiona o jornalista.

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"A Ford representa a indústria automotiva tradicional, e essas empresas estão ficando para trás tecnologicamente. Mas a indústria está encolhendo no Brasil já há algum tempo. A participação da indústria manufatureira [no PIB] hoje está em torno de 10%, e ela já teve mais de 20%. Há um retrocesso. Se continuarmos nessa trajetória, teremos sérios problemas. Inclusive com aumento do desemprego", afirma o ex-ministro.

De acordo com Mantega, a indústria brasileira, que tinha tido um forte crescimento no século passado,  foi prejudicada, entre outros fatores, pela abertura comercial do [então presidente Fernando] Collor, diminuindo as tarifas de importação. 

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Mantega defende que a política econômica do ex-presidente Lula foi correta ao fazer "política industrial". 

O ex-ministro lembra que na crise de 2009, "o governo tomou medidas para recuperar a economia". "Tomou medidas anticíclicas, aumentando o crédito, colocando os bancos públicos para aumentar o financiamento e baixar os juros. Usamos política fiscal e política monetária, o que, por sinal, é o que o mundo todo faz hoje em dia".

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Mantega refuta a tese de que "os subsídios estimulam os números inicialmente, mas são nocivos a longo prazo por desestimular as empresas a se modernizarem e serem competitivas". 

"Se não fossem os estímulos, a produção da indústria iria cair, e o desemprego, aumentar. Até porque, quando reduzimos o IPI [para a indústria automotiva e outros setores], havia um acordo para as empresas não demitirem. Deu certo. Em 2010, a economia cresceu 7,5%. Em 2011, 4%. De fato, teve mais subsídios. Mas valeu a pena, porque ganhamos em PIB e arrecadação", afirma.

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Mantega também rechaça a tese de que o governo petista deixou uma herança fiscal maldita: "Achar que deixamos uma situação fiscal desequilibrada é um grande equívoco. Em 2014, a dívida líquida [que desconta as reservas financeiras] era de 35,5%. Ela duplicou em cinco anos. Eu deixei os gastos da folha de pagamento em 4,2% do PIB, ela aumentou para 4,9% hoje".

"Deixamos o maior volume de reservas da história. É uma bobagem dizer que os subsídios que demos causaram [o desequilíbrio]. É uma lenda essa que desmanchamos a situação fiscal. Eu não, pelo menos".

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"A herança foi bendita. Deixamos as contas externas intactas. Mas houve um forte ataque dos investidores externos. Porque eu tentei baixar os juros. Quer dizer... quem diminuía era o BC, mas eu criei as condições".

"Fizemos superávit primário até 2013. Como a questão [fiscal] se complicou? Quem fala isso não entende nada de economia. Sei que muita gente fala, mas são os adversários que querem criticar a política social-desenvolvimentista que fizemos. E havia uma crise política forte, que começou em 2013 com ataques muito fortes ao PT".

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Sobre a crise econômica atual, o ex-ministro diz que se o governo não investir, ninguém vai investir. "O investimento privado não vem para cá com um governo que não tem programa. O único programa que tem é fazer reformas. Tudo bem, faça as reformas. Mas isso não vai alavancar o PIB. Tem que aumentar o crédito com risco da União, fazer programa habitacional, pegar os projetos do Ministério dos Transportes [atual Infraestrutura]. É isso que tem que fazer".

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