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Economia

Ibovespa dispara com anúncio de impeachment

Petrobras dispara 6% e bancos sobem até 5% em um dia de euforia na Bovespa; às 10h34, o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,95%, a 46.239 pontos; valorização dos ativos brasileiros seguiu o anúncio do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que abrirá o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff

Ibovespa dispara com anúncio de impeachment (Foto: � Nacho Doce / Reuters)
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Por Ricardo Bomfim - O Ibovespa dispara nesta quinta-feira (3), confirmando o movimento registrado ontem no ETF brasileiro negociado nos EUA, que subiu 2,48%. A valorização dos ativos brasileiros seguiu o anúncio do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de que abrirá o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Lá fora, o dia é de alta nas bolsas europeias à espera da reunião do BCE (Banco Central Europeu), que pode trazer mais estímulos do programa conhecido como Quantitative Easing.

Às 10h34 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,95%, a 46.239 pontos. Já o dólar comercial tem leve queda de 0,22% a R$ 3,8272 na venda, enquanto o dólar futuro para janeiro recua 0,52% a R$ 3,850. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 tem alta de 4 pontos-base a 15,70%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 recua 8 pontos-base a 15,63%.

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"Não faço isso por motivação política e rejeitaria se estivesse de acordo com a lei", afirmou Cunha sobre o impedimento. Desde que soube da decisão da bancada do PT, que decidiu que os votos de seus três representantes no Conselho de Ética serão favoráveis à admissibilidade do processo que pode determinar a cassação do mandato do peemedebista, Cunha manteve-se fechado em seu gabinete na presidência da Casa conversando com várias lideranças.

Sobre o impeachment, o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), disse que serão abertas duas frentes contra o pedido, uma no Supremo Tribunal Federal e outra no Congresso.

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"No exterior as respostas são positivas, já que para o mercado financeiro a saída de Dilma é vista como positiva e representa mudanças. Entretanto, temos que lembrar que o processo é longo e incerto, fragiliza ainda mais o já combalido governo do PT e coloca o País mais perto de perder o seu segundo grau de investimento", diz corretora SLW em relatório enviado por e-mail ao qual a Bloomberg teve acesso.

A consultoria de risco político, Eurasia, manteve a sua avaliação de que Dilma deve sobreviver, aenquanto que a MCM diz que a aprovação do impeachment é difícil, mas a crise econômica e a Operação Lava Jato podem alterar o quadro até etapa final do processo.

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Já a Nomura diz que ação de impeachment deve monopolizar atenções e afetar avanço de medidas fiscais. Por fim, para o Barclays, o movimento para saída de Dilma vai aumentar a volatilidade do mercado.

Meta fiscal e Copom

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Ontem também houve a aprovação do projeto que altera a meta fiscal de 2015 de R$ 66,3 bilhões de superávit para R$ 119 bilhões de déficit e é considerado fundamental pelo governo para cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. O projeto deveria ter sido votado na última semana, mas a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a votação da Medida Provisória 688 fizeram com que a sessão fosse adiada para esta semana.

Além da questão política, hoje foi dia de divulgação da ata da 195ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O texto disse que a maioria do comitê considerou monitorar a situação até a próxima reunião e que parte dos membros avaliou que uma alta dos juros reduziria o risco para a meta de inflação.

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"As informações disponíveis sugerem certa persistência da inflação, o que reflete, em parte, a dinâmica dos preços no segmento de serviços e, no curto prazo, o processo de realinhamento dos preços administrados e choques temporários de oferta no segmento de alimentação e bebidas", escreveu o Copom.

O comitê ressaltou que há incertezas no balanço de riscos, principalmente sobre a velocidade do processo de recuperação dos resultados fiscais e a sua composição.

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Produção industrial

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados da Produção Industrial, que recuou 0,7%, quinto resultado negativo seguido, e levando para 7,8% a contração acumulada no ano, na comparação mensal e 11,2% na comparação anual.

O resultado surpreendeu os analistas, que aguardavam recuo bem mais modesto, de 0,1% na comparação mensal e 10,4% na anual. O IBGE revisou o resultado de setembro de retração de 1,3% para 1,5%.

Ações em destaque

O dia é de euforia na bolsa brasileira após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ter decidido abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ontem, os ADRs (American Depositary Receipts) das ações brasileiras já haviam registrado forte alta. Hoje, os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 10,15, +7,18%; PETR4, R$ 8,00, +6,38%) subiram forte e chegaram a entrar em leilão.

Também sobem forte as ações de bancos como Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,19, +4,02%), Bradesco (BBDC3, R$ 25,15, +3,97%; BBDC4, R$ 21,82, +4,05%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 17,25, +5,05%). O Itaú teve uma desvalorização de 3% ontem.

Já a Vale (VALE3, R$ 12,92, -0,15%; VALE5, R$ 10,39, 0,00%) opera em queda. No radar, a companhia está descumprindo cláusulas que obrigam a companhia a adotar ações de compensação e mitigação em favor de comunidades indígenas afetadas pelas atividades de mineração de níquel de Onça Puma, no Pará, afirmou a Procuradoria-Geral da República (PGR), que chefia o Ministério Público Federal, segundo nota nesta quarta-feira.

Cenário externo

A maior parte das bolsas mundiais tem um dia de alta hoje. As bolsas europeias sobem à espera da decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), que pode acenar para mais estímulos. O dólar, por sua vez, fortalece ante a maioria das moedas de emergentes após a presidente do Fed, Janet Yellen, reforçar ontem as expectativas de alta dos juros do Fed em dezembro.

Hoje, ela volta a falar às 13h. Yellen discute perspectivas para economia dos EUA em discurso anual no Congresso, enquanto o vice-presidente do Fed Stanley Fischer falará às 16h10. O dia é de cautela na Ásia após as falas de Yellen ontem. A bolsa de Xangai contrariou a tendência e subiu 1,37%, ignorando os dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit que mostraram que o crescimento da atividade de serviços da China desacelerou em novembro. Indicadores fracos geralmente criam esperanças de estímulos governamentais, o que deu suporte às ações chinesas.

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