Ipea aponta maior confiança estrangeira no Brasil
Monitor da Percepo Internacional do Brasil indica que os agentes internacionais, como embaixadas e cmaras de comrcio, percebem influncia positiva do atual ambiente poltico sobre a deciso de grandes corporaes com sede no exteriorde investir no Brasil
Agência Brasil - O atual ambiente político do Brasil tem contribuído de forma positiva sobre a decisão de empresas estrangeiras investirem mais no país. A avaliação consta na sexta edição do Monitor da Percepção Internacional do Brasil divulgada hoje (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o estudo,os agentes internacionais (embaixadas, câmaras de comércio, empresas com controle estrangeiro e organizações internacionais com representação no Brasil) percebem influência positiva do atual ambiente político doméstico sobre a decisão de grandes corporações com sede no exterior a investirem no Brasil.
O indicador relativo ao tema atingiu 45 pontos na edição de março, valor mais alto observado desde o início da pesquisa. Do total de entrevistados, 28% avaliam que tal influência é muito positiva, 51% creem que é ligeiramente positiva e os demais entendem que não há influência (5%) ou que ela é ligeiramente negativa (13%) ou muito negativa (3%).
Ampliando a tendência já observada na edição de agosto de 2011, os agentes internacionais revelam-se bastante otimistas em relação ao fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) direcionado ao país. O indicador relativo ao tema aumentou de 43 pontos, em agosto de 2011, para 51 pontos, em março de 2012.
Pela primeira vez desde o início da pesquisa, o Brasil foi apontado “entre os três primeiros colocados” na questão que pede a opinião sobre o “ranking dos países que mais recebem IED no mundo, nos próximos 12 meses”. Esta opção foi escolhida por 38% dos entrevistados, seguida pela resposta “entre o quarto e o quinto colocado”, com 36% do total.
Outro indicador que apresentou evolução favorável foi o de qualidade da infraestrutura, que alcançou 12 pontos, frente aos -8 pontos da edição de agosto de 2011. Este é o maior valor registrado nas últimas cinco edições da pesquisa, inferior apenas ao da edição de julho de 2010, que foi de +13 pontos.
Todos os índices ligados à política externa do Brasil também registraram significativos aumentos. Merece destaque a evolução da percepção sobre a influência do Brasil em organismos multilaterais, cujo indicador subiu de 15 pontos para 40 pontos entre as duas últimas pesquisas, e a respeito da importância do país para a América Latina, cujo medidor saltou de 30 pontos para 54 pontos.
Inflação
O estudo também mostra que os estrangeiros estão mais confiantes no controle da inflação pelo Brasil. O indicador relativo ao tema voltou ao campo positivo, 23 pontos, após passar grande parte de 2011 no campo negativo. Apesar disso, a expectativa dos agentes internacionais entrevistados (embaixadas, câmaras de comércio, empresas com controle estrangeiro e organizações internacionais) indicam expectativa de inflação ainda acima da meta, próxima a 5,5% nos próximos 12 meses.
As últimas edições da pesquisa indicam progressivo arrefecimento das expectativas quanto à evolução do Produto Interno Bruto (PIB). O índice relativo ao tema, que chegou a 59 pontos nas duas primeiras edições – realizadas em 2010 –, vem diminuindo e atingiu seu menor nível, 14 pontos. A resposta mais frequente, dada por 62% dos entrevistados, revela expectativa de crescimento entre 1,6% e 3,5% nos próximos 12 meses. Taxas de crescimento acima desse nível foram sugeridas por apenas um terço dos entrevistados.
O indicador acerca dos níveis de acesso da população a bens de consumo apresentou variação positiva de 35 pontos, passando de -8 pontos, em agosto, para 27 pontos, em março de 2012.
O estudo “sugere que o fundo do poço em termos de crescimento econômico pode já ter ficado para trás. Reforçam esta avaliação as expectativas de melhoria das condições gerais de crédito, cujo indicador passou da neutralidade para +14 pontos, o que sugere a continuidade do processo de afrouxamento das políticas de crédito e juros do Banco Central do Brasil (BCB)”, dizem os pesquisadores do Ipea.
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