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Economia

Juliane Furno desmistifica o discurso da alta carga tributária do Brasil como argumento para saída da Ford

A economista explicou à TV 247 que o chamado “custo Brasil” é mais alto em razão do “conjunto de serviços” que o país oferece, como saúde e educação pública. Além disso, o Brasil não cobra taxas mais altas dos mais ricos, como fazem os EUA. “Resolve o problema da desigualdade e da competitividade”. Assista

Juliane Furno (Foto: Divulgação)
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247 - A economista Juliane Furno, em entrevista à TV 247, desmontou argumentos surgidos na imprensa, por economistas liberais, de que a Ford estaria encerrando sua produção no Brasil e fechando três fábricas em razão da alta taxa de imposto cobrada pelo país sobre os produtos feitos pela montadora.

Juliane explicou que a carga tributária do país se mantém abaixo da média dos países desenvolvidos e, além disso, deve-se levar em consideração o “conjunto de serviços” que o Estado brasileiro oferece à população, que são financiados por meio da taxação deste tipo de produção, como saúde e educação pública. “Em comparação aos Estados Unidos, a carga tributária brasileira é maior, mas ela não é maior que a média dos países desenvolvidos. Essa carga tributária brasileira serve para financiar o que a gente acordou que seriam sistemas universais de proteção social, como a seguridade social, a saúde e a universidade pública. Os Estados Unidos não têm saúde, seguridade e universidades públicas, então obviamente a carga tributária é menor porque o Estado oferece um conjunto de serviços menor. Por outro lado, é verdade sim que a carga tributária sobre produção é muito elevada no Brasil, e ninguém fala que nos Estados Unidos é menos elevada porque a tributação direta é mais fortemente taxada”. 

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Como saída, a economista sugeriu que o Brasil inverta as cobranças, taxando de maneira mais firme os mais ricos e aliviando o “custo Brasil” para as empresas, reduzindo, portanto, a desigualdade social e tornando o país mais competitivo. “Vamos então ser os Estados Unidos, vamos reduzir a tributação sobre produção e consumo e vamos aumentar a tributação sobre renda, patrimônio, riqueza, lucro e dividendos. Os Estados Unidos só conseguem ter uma carga tributária sobre as empresas menor porque eles cobram mais das pessoas que têm alta renda. De fato a carga tributária torna o Brasil pouco competitivo, e o que a gente tem que fazer é reduzir essa carga indireta sem deixar de manter a composição das rendas do Estado. Então diminui a carga tributária direta e aumenta a indireta, que é essa sobre a renda, sobre os mais ricos. Resolve o problema da desigualdade e ainda resolve o problema da competitividade”.

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