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Economia

"Lógica do truque contábil da Ambev é a mesma da Americanas", diz Nassif

Jornalista explica "xadrez" da manobra contábil de mais uma empresa controlada pelos caloteiros da Americanas que está sob suspeita de ter rombo bilionário

Luis Nassif, Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Divulgação)
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247 - Em artigo publicado no jornal GGN, o jornalista Luis Nassif explicou o truque contábil envolvendo a Ambev, gigante do ramo de bebidas controlada pelos caloteiros da Americanas e que, nesta quarta-feira (1), também esteve envolvida em uma suspeita de rombo bilionário. De acordo com Nassif, as manipulações contábeis da Ambev seguem a mesma lógica da gigante varejista que declarou rombo de mais de R$ 40 bilhões à Justiça.

"O que a Coca Cola e a Ambev fizeram foi instalar, em Manaus, uma fábrica de concentrado de refrigerantes prata trazer o benefício fiscal [da isenção de IPI e compensação do valor nas etapas seguintes de fabricação] para toda a linha de produção. Quanto maior a alíquota de IPI da Zona Franca de Manaus, maior o ganho da empresa porque: 1. Não paga nada em Manaus, por ser isenta. 2. Compensa o imposto (que não foi pago) com impostos devidos para a União e para estados. A compensação pode ser feita no IPI, no ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal)", detalhou o jornalista.

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>>> Ambev apanha na bolsa após suspeita de mais um rombo bilionário envolvendo caloteiros da Americanas

Nassif separou o “planejamento tributário abusivo” da Ambev em três pontos: "Ponto 1 – o uso de benefícios tributários em Manaus sem comprovar o PPB (Processo Produtivo Básico). Trata-se de um conjunto de princípios a serem seguidos, para demonstrar que o produto é efetivamente fabricado na região incentivada. Ponto 2 – a utilização do incentivo excedente para compensar no ICMS. Ponto 3 – o superfaturamento, incluindo uma série de itens para aumentar o preço pago pelo concentrado".

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Mesmo após autuações da Receita Federal, a empresa não parou de atuar de tal forma. "A lógica é a mesma das Americanas: cada operação permite lucro imediato, mas cria uma bola de neve que irá estourar em um ponto qualquer do futuro. Trata-se, então, de viver intensamente o dia-a-dia e o futuro a Deus pertence", avaliou o jornalista.

E para estimar o tamanho do passivo envolvido na operação da Ambev, Nassif destacou um parecer de 2021 da PwC, empresa de auditoria da Ambev (e também da Americanas), que "admitiu um total de R$ 80 bilhões de contingências tributárias. E admitiu que o montante é 'divulgado apenas nas demonstrações contábeis, mas não se caracteriza como provisão' – isto é, não retém parte do lucro para fazer frente às condenações futuras. A razão disso, segundo a PwC é que a empresa e sua equipe jurídica tem menos de 50% de chance de perder. O que configuraria um passivo potencial de R$ 40 bilhões.

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O parecer da PwC relata que “a Companhia e suas controladas são parte de processos de natureza tributária classificados como perda possível, os quais não são provisionados no passivo, mas devem ser divulgados nas demonstrações contábeis. Em 31 de dezembro de 2021, os montantes de R$ 74.901.702 mil (Companhia) e R$ 80.838.652 mil (Consolidado) atendiam tais critérios e estão sendo divulgados em nota explicativa.“

O jornalista também apontou que a PwC "aceita os critérios e valores de passivos tributários apontados pela Ambev, inferiores aos R$ 30 bi."

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Leia o artigo completo no Jornal GGN.

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