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Economia

Mantega recebe tropa de choque da nota de risco

Um dia depois de se reunir com alguns dos maiores empresários brasileiros (foto), ministro da Fazenda recebeu hoje em Brasília a representação da agência Standard & Poor's, chefiada pela economista Lisa Schineller; força tarefa da S&P está no País desde segunda-feira a fim de coletar números da economia brasileira; périplo começou por São Paulo, com a diretoria do Banco Central; expectativa é de que agência aumente nota do Brasil

Um dia depois de se reunir com alguns dos maiores empresários brasileiros (foto), ministro da Fazenda recebeu hoje em Brasília a representação da agência Standard & Poor's, chefiada pela economista Lisa Schineller; força tarefa da S&P está no País desde segunda-feira a fim de coletar números da economia brasileira; périplo começou por São Paulo, com a diretoria do Banco Central; expectativa é de que agência aumente nota do Brasil (Foto: Gisele Federicce)
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Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu, há pouco, em Brasília, a representação da agência de classificação de risco Standard & Poors. Esse tipo de agência fornece indicadores que ajudam os clientes a decidir como e onde colocar seus investimentos. Os representantes da Standard & Poors, entretanto, saíram sem falar com a imprensa.

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Em 2011, a Standard & Poor's elevou a nota de risco soberano do Brasil em moeda estrangeira, de BBB- para BBB. No ano passado, o país passou a ser indicado pela agência com perspectiva negativa.

Na ocasição, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, tentou minimizar os impactos da indicação da Standard & Poors e destacou que a agência tinha um processo de dois anos de avaliação. "Nesse intervalo de tempo, conseguiremos demonstrar com muita tranquilidade que o crescimento brasileiro segue firme e que os investimentos seguem bem", Holland.

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O governo tem procurado demonstrar que tem as rédeas da situação fiscal. No mês passado,os ministérios do Planejamento e da Fazenda anunciaram meta de superávit primário para o governo de 1,9% PIB, em 2014, distribuída da seguinte forma: 1,55% proveniente do governo federal e 0,35% dos governos regionais, com suas estatais. Durante o anúncio, Mantega garantiu que o governo contribuirá com excedente para alcançar superávit primário.

Chefiada pela economista Lisa Schineller, a delegação da Standard & Poors esteve, também nesta quinta-feira, no Banco Central para ver os números da economia brasileira. Na saída, nenhum dos integrantes da comitiva quis fala. Apenas Lisa Schineller disse, em inglês, aos jornalistas: "No comments [nenhum comentário]".

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Amanhã (14), os técnicos continuam no Brasil, para levantar mais dados, e podem ir ao Rio na próxima segunda-feira (17) para coletar dados de estatais. O Ministério da Fazenda e a agência não divulgaram a agenda dos representantes da Standard & Poors no Brasil.

No final de fevereiro, Lisa Schineller avaliou que o Brasil não deve perder seu grau de investimento, mas alertou para o fato de que a meta do superávit desse ano - que ainda não havia sido anunciada - precisa ser atingível.

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S&P: BRASIL NÃO DEVE PERDER GRAU DE INVESTIMENTO
Analista Lisa Schineller diz, no entanto, que país precisa estabelecer uma meta de superávit primário para este ano que seja atingível a fim de convencer investidores e agências de classificação de risco de que será capaz de manter a dívida em uma trajetória sustentável

Por Walter Brandimarte

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Reuters - O Brasil precisa estabelecer uma meta de superávit primário para este ano que seja atingível a fim de convencer investidores e agências de classificação de risco de que será capaz de manter a dívida em uma trajetória sustentável, disse uma analista da agência de rating Standard & Poor nesta quarta-feira.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar a meta fiscal para este ano na quinta-feira, e muitos analistas temem que possa ser pequena demais ou não suficientemente crível para acalmar os investidores preocupados com a deterioração recente dos fundamentos econômicos domésticos.

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O crescimento econômico fraco e as pressões por gastos em um ano eleitoral dificultam ainda mais os esforços do governo para produzir superávits substanciais. A grave seca que está elevando os custos da energia também pode pesar sobre as finanças públicas neste ano.

"Um dos trabalhos que vamos fazer é avaliar o quão realista é a meta", disse a analista da S&P Lisa Schineller em entrevista à Reuters. "Qualquer meta que for apresentada será importante, mas não vamos olhar somente para o número, mas a sinalização de como você pode alcançá-la."

Uma meta fiscal crível é uma das variáveis-chave que a S&P está considerando para decidir se irá rebaixar o rating de crédito do Brasil ao longo dos próximos meses. Outras questões incluem o crescimento econômico do país, que a S&P teme que possa desacelerar ainda mais neste ano, tornando mais difícil para o governo cumprir sua meta fiscal.

O superávit primário, que é a economia feita para pagar os juros da dívida pública, tornou-se uma questão-chave para a presidente Dilma Rousseff, na medida em que os mercados exigem garantias de que o governo vai deter a deterioração recente nos fundamentos econômicos que têm sustentado a estabilidade da economia brasileira nos últimos 15 anos.

O ressurgimento da turbulência dos mercados emergentes adicionou pressão sobre o governo para apresentar uma meta fiscal mais ambiciosa, como parte de uma estratégia para diferenciar o Brasil de economias emergentes mais fracas.

Mas depois que o superávit primário caiu drasticamente no ano passado, mesmo com as receitas extraordinárias, investidores e agências de classificação estão preocupados.

"Nós vimos o superávit primário cair para 1,9 por cento (do PIB) no ano passado, contando com as receitas não recorrentes. A execução fiscal permanece desafiadora", disse Lisa.

Ela repetiu, no entanto, que a S&P vai levar em conta os sinais políticos do próximo governo para decidir sobre o rating brasileiro.

GRAU DE INVESTIMENTO NÃO ESTÁ EM RISCO

Mesmo que a nota brasileira seja rebaixada em breve, o Brasil não deve perder o grau de investimento da Standard & Poor's nos próximos anos, sugeriu Lisa.

Ela disse que a S&P colocou perspectiva negativa no rating "BBB" em junho porque viu deterioração "pouco a pouco" nos fundamentos macroeconômicos do país, não uma desmontagem dramática do perfil de crédito.

"Temos visto deterioração no perfil da dívida do governo, mas possivelmente se houver rebaixamento, é mais provável que seja consistente, com 'BBB-'", afirmou Lisa, sem dizer se o Brasil receberá perspectiva "estável" caso seja rebaixado.

O rating "BBB-" é a menor classificação de grau de investimento para a S&P. O Brasil atualmente é classificado em "BBB", dois degraus acima de grau especulativo. Mas a S&P disse em junho que a probabilidade era de uma em três de que o aumento da dívida e a erosão da estabilidade levassem a um rebaixamento do país nos próximos dois anos.

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