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Economia

Menos desocupados, mais desempregados. É o avanço do atraso

"Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística são sua expressão: no trimestre encerrado em novembro, 194 mil pessoas a menos têm a carteira de trabalho assinada, mas 411 mil deixaram de ser consideradas desocupadas. Têm, portanto, algum tipo de renda informal, no setor privado da economia", diz o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, ao analisar os dados da Pnad Contínua; "O tal 'trabalho intermitente' criado pela reforma trabalhista é isso, a tentativa de formalização do “bico” como emprego: 200 reais ou 300 são melhores do que nada. São mesmo, não é ironia e quem já esteve no desespero sabe o quando isso alivia, por alguns dias, o sofrimento de ver a família em desespero", diz ele

"Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística são sua expressão: no trimestre encerrado em novembro, 194 mil pessoas a menos têm a carteira de trabalho assinada, mas 411 mil deixaram de ser consideradas desocupadas. Têm, portanto, algum tipo de renda informal, no setor privado da economia", diz o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, ao analisar os dados da Pnad Contínua; "O tal 'trabalho intermitente' criado pela reforma trabalhista é isso, a tentativa de formalização do “bico” como emprego: 200 reais ou 300 são melhores do que nada. São mesmo, não é ironia e quem já esteve no desespero sabe o quando isso alivia, por alguns dias, o sofrimento de ver a família em desespero", diz ele (Foto: Aquiles Lins)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - A estranha equação aí do título é a do paradoxo da situação econômica do Brasil.

Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística , selecionados pelo Valor, são sua expressão: no trimestre encerrado em novembro, 194 mil pessoas a menos têm a carteira de trabalho assinada, mas 411 mil deixaram de ser consideradas desocupadas. Têm, portanto, algum tipo de renda informal, no setor privado da economia.

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Além do emprego no setor privado sem carteira assinada, outras inserções informais também registraram crescimento no período de setembro a novembro deste ano. É o caso do trabalho por conta própria, que inclui atividades como camelôs, pintores, motoristas de aplicativos de celular.

Mas não são só estas profissões: o número de empregadas domésticas mostra onde está parte desta retomada do arcaico. De um ano para cá, são mais 250 mil trabalhadores domésticos. Ou trabalhadoras, porque são mulheres 90% deles, sendo 60% negras ou pardas.

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Não se sabe, porque isso é subjetivo demais para ser captado em pesquisas como a PNAD contínua, se o aumento dessa informalidade é o “tive de me virar” de quem desistiu de arranjar emprego fixo e cava “bicos” para sobreviver, o que se tem de fazer, haja ou não um posto de trabalho disponível.

Aliás, o tal “trabalho intermitente” criado pela reforma trabalhista é isso, a tentativa de formalização do “bico” como emprego: 200 reais ou 300 são melhores do que nada. São mesmo, não é ironia e quem já esteve no desespero sabe o quando isso alivia, por alguns dias, o sofrimento de ver a família em desespero.

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Mas, se é uma mitigação momentânea da dificuldade na vida de milhares de pessoas, não é na vida de um país cuja economia se desorganiza e a precariedade do trabalho se expande e – pior – passa a ser aceita como “natural” e inevitável.

Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, disse ao repórter Bruno Villas Bôas que dois em cada três destes empregos domésticos é informal. ““São pessoas que vivem sem garantias trabalhistas, sem FGTS, sem contribuição para a Previdência, o que é ruim para o país e para a pessoa.”

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É o avanço do atraso, que só os tolos podem comemorar.

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