HOME > Economia

Não teve problema algum com minha permanência no cargo, diz Prates

O governo deixou claro que vai seguir com a política de dar previsibilidade a investidores

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta segunda-feira (11) que uma possível troca no comando da estatal não foi discutida na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros, em Brasília (DF). "Claro que sim, não teve problema nenhum com isso. Zero problema", afirmou o dirigente ao jornal O Globo. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou, por meio do ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, que vai seguir com a política de dar previsibilidade aos investidores.

A reunião aconteceu após a Petrobras perder R$ 55 bilhões em valor de mercado na última sexta porque a empresa decidiu não efetuar o pagamento de dividendos extraordinários, no valor de R$ 43,9 bilhões, adiando o pagamento desses recursos para o futuro. A decisão da petrolífera gerou temor no mercado, mesmo após a empresa ter registrado o segundo maior lucro de sua história. >>> Lula decide manter Prates no cargo depois de reunião tensa em Brasília

Os dividendos são a parte do lucro que é repassada para os acionistas da empresa. O mercado vê o não pagamento dos dividendos como um sinal de menor rentabilidade da estatal. Os dividendos extraordinários são pagos além do mínimo obrigatório. A empresa não tem que necessariamente pagá-los

A diretoria da empresa, dirigida pelo presidente Jean Paul Prates, enviou ao Conselho de Administração proposta para pagar 50% dos dividendos extraordinários e reter os demais 50%. Mas Prates foi voto vencido - 6 dos 11 conselheiros da empresa (sendo 5 indicados pelo governo federal) optaram por destinar 100% dos recursos para uma reserva estatutária de remuneração de capital, uma posição defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. >>> Investidores sabem que o governo é controlador da Petrobras, diz Silveira