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Economia

Nossa bandeira será vermelha na conta de luz, diz Fernando Brito

"As usinas eólicas, quase todas produto da era Lula-Dilma, produzem 10% da energia elétrica consumida no Brasil e equivalem, neste momento, a 70% de Itaipu, uma das maiores, senão a maior, usina hidrelétrica do mundo. Estamos estocando vento e os bobalhões continuam fazendo piada. Por enquanto, com a luz acesa", diz o editor do Tijolaço

"As usinas eólicas, quase todas produto da era Lula-Dilma, produzem 10% da energia elétrica consumida no Brasil e equivalem, neste momento, a 70% de Itaipu, uma das maiores, senão a maior, usina hidrelétrica do mundo. Estamos estocando vento e os bobalhões continuam fazendo piada. Por enquanto, com a luz acesa", diz o editor do Tijolaço (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Fernando Brito, editor do Tijolaço

Os jornais anunciam hoje que, pela primeira vez, será acionada a “bandeira vermelha” das tarifas de energia em seu grau máximo.

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Porém, ao contrário do que ocorria nos “velhos tempos”, não se fala em risco de “apagão”.

E, de fato, seria precipitado falar.

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Mas o decréscimo da energia acumulada nos reservatórios é assustador, e isso é, sim, notícia que não se dá.

Aos números: no final de maio, os reservatórios de todo o país tinham 42,14% de sua capacidade preenchida. Junho e julho tiveram quedas discretas, esperáveis, para 39,17 e 37,29%.

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Mas aí vieram um agosto e setembro extremamente secos e o volume caiu, ao final do mês, para terminar agosto em 31,5% e chegar, ontem, a 23,25%. O mês terminará na casa dos 22% da capacidade dos reservatórios suprida.

Com o agravante de que, segundo a previsão calculada pelo governo, através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e seus modelos matemáticos , “elementos diagnósticos e prognósticos também indicam que, muito provavelmente, haverá atraso no início da estação chuvosa na grande área central do Brasil.

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Chamou-se a atenção, aqui, para o fato de que a situação, que é dramática, não ser ainda desastrosa apenas por conta do programa de geração eólica, sem o qual, num cálculo de estimativas, estaríamos hoje abaixo dos 15% de reserva hídrica.

Mas essa conversa, como a do risco de apagão – e não sou adivinho para dizer que o teremos, embora estejamos numa situação limite – é tema de um ótimo testemunho do coleguinha Ivson Alves, que entende de mídia e de energia, em seu blog.

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Criado em 2004, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) tinha o objetivo de “promover a diversificação da Matriz Energética Brasileira, buscando alternativas para aumentar a segurança no abastecimento de energia elétrica, além de permitir a valorização das características e potencialidades regionais e locais”. Ou seja, fazer com que o país, aos poucos, deixasse de depender em demasia da energia gerada pela fonte hídrica (após Belo Monte, não haveria mais locais para construir grandes hidrelétricas com custos ambientais e financeiros razoáveis) e diversificar o “mix” de geração, botando na receita também a biomassa e as pequenas centrais hidrelétricas.

Por anos, os jornalistas atacaram o Proinfa acusando-o de atrasos, mesmo diante das explicações que um programa daquela magnitude, que visava também criar do zero uma cadeia produtiva inteira, estava sujeito a atrasos, mas que, em meados dos anos 10, tudo estaria pronto e seria muito importante para o país. O programa daria certo e realmente deu.

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Derrotados pela realidade, os jornalistas calaram até que a ex-presidente Dilma Rousseff falou que uma característica única existente no Brasil – a de que os períodos de chuva e seca são perfeitamente complementares com os de maior menor e maior ventosidade – permitiria “estocar vento”. Queria dizer ela que, no período seco no país (entre abril e novembro), o uso de energia eólica permitiria economizar água nos reservatórios, reduzindo, assim, o perigo de sofrermos racionamento como em 2001, sem precisar elevar tanto as tarifas, o que é inescapável quando se usa térmicas a gás e óleo, combustíveis mais caros que a água. Aproveitando a tirada da então mandatária, os coleguinhas caíram matando, dando vazão aos deboches das redes sociais e ignorando as explicações dadas a eles por técnicos do setor elétrico.

Atualmente, o país passa, novamente, por um período de escassez de chuvas e as usinas eólicas têm dado importante contribuição à manutenção do suprimento de energia. O fato tem sido noticiado, mas não é mencionada, pela grande imprensa, a importância estratégica do Proinfa para que ele existisse, embora o seja, de passagem, pela alternativa.

As usinas eólicas, quase todas produto da era Lula-Dilma, produzem 10% da energia elétrica consumida no Brasil e equivalem, neste momento, a 70% de Itaipu, uma das maiores, senão a maior, usina hidrelétrica do mundo.

Estamos estocando vento e os bobalhões continuam fazendo piada.

Por enquanto, com a luz acesa.

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