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Economia

Paulo Guedes quer o fim do Mercosul, não sua modernização, diz economista

"O que ele propõe é aquilo pelo qual a maioria dos países acabou optando quando a direita voltou ao poder: acordos bilaterais com os Estados Unidos e fim das iniciativas regionais", afirma Paulo Kliass

Paulo Kliass e Paulo Guedes (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | José Cruz/Agência Brasil)
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Por Paulo Henrique Arantes, para o 247 - Paulo Guedes não se emenda. Há uma semana, o ministro desandou a desacreditar o Mercosul e não parou mais. Nesta quinta-feira (10), tuitou: “O Mercosul precisa se modernizar, reduzir tarifas, flexibilizar regras e permitir mais liberdade de negociação para seus integrantes. Desde sempre o bloco tem sido uma âncora para os países membros inviabilizando a abertura comercial e a modernização da indústria no continente”.

Os termos “modernização” e “flexibilização” nunca foram usados de forma mais sorrateira. Fosse sincero, Guedes assumiria ser contra aliança econômica e comercial do Cone Sul. Assim entende o economista Paulo Kliass, doutor em Economia pela Universidade Paris 10. “Os verbos modernizar e flexibilizar são, na verdade, um disfarce, porque ele não quer a construção de um bloco econômico. Seu discurso é vazio, porque o que ele propõe, embora não fale com todas as letras neste momento, é aquilo pelo qual a maioria dos países acabou optando quando a direita voltou ao poder: acordos bilaterais com os Estados Unidos e fim das iniciativas regionais”, avalia Kliass.

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“Essa coisa do Paulo Guedes com o Mercosul  é uma grande demagogia, uma grande hipocrisia. O Guedes, na prática, antes de entrar para o governo, sempre foi contra esse tipo de iniciativa de se criar um mercado comum. Para ele e seus seguidores, mercados comuns envolvem medidas protecionistas e a única solução para resolver os problemas dos países individualmente ou regionalmente é o livre mercado”, aponta.

Fato é que, uma vez no poder, Guedes teve de confrontar uma realidade concreta, bem distante de suas teorias neoliberais. Confuso nas ideias e mais ainda nas palavras, ao dizer que o Mercoul inviabiliza a abertura comercial ele descobre que água molha. Mercados comuns nascem justamente para por fim a aberturas indiscriminadas, criando mecanismos de cooperação entre países de dentro de um bloco. “São países de perfis semelhantes com características de complementariedade econômica”, ilustra Kliass.

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Os neoliberais que sobrevivem, alheios ao que acontece nos países mais desenvolvidos, gostam de pregar modernidade. Paulo Guedes fala de modernidade todo dia, talvez tomando a todos por idiotas. Como explica Kliass: “Modernizar é exatamente o oposto do que o ministro prega. Quando não se têm os mecanismos de colaboração que o Mercosul propõe, aí então é que um país como o Brasil vai cada vez mais se convertendo num modelo neocolonial, produtor de itens primários para exportação – isso é a antimodernização”.

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