PIB abaixo de zero fará Dilma mudar ajuste de Levy?
Banco Central informa que, em 2014, atividade econômica andou para trás 0,12%; prenúncio de PIB abaixo de zero; presidente Dilma Rousseff ganha mais um elemento de pressão para mudar foco do ajuste planejado por ministro Joaquim Levy; PT quer tirar trabalhadores do centro dos cortes; senador Lindbergh Farias abre campanha para taxação sobre grandes fortunas e produtos de alto luxo; Dilma pode virar o canhão dos impostos para o grande capital?
247 – Um novo fator adverso acaba de ganhar peso no ajuste de contas públicas planejado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O Banco Central divulgou na manhã desta quinta-feira 12, em Brasília, o Índice de Atividade Econômica de 2014. O resultado foi ruim, de – 0,12% na soma dos negócios da indústria, comércio e agricultura. Trata-se de um forte prenúncio de que o PIB do ano passado, a ser divulgado nos próximos dias pelo IBGE, poderá, também, tem um resultado abaixo de zero.
A projeção de um PIB negativo já serve como argumento para o PT aumentar a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff por uma correção de rota no ajuste pensado por Levy. As primeiras medidas anunciadas pela equipe econômica foram na direção de novo cálculo na correção do salário mínimo e cortes em uma série de benefícios trabalhistas. A esperada grita contrária da centrais sindicais encontrou ressonância dentro do PT – e quadros do partido já abrem campanhas para o ajuste ter outro foco.
Em sua página no Facebook, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) tornou-se um arauto pela taxação sobre artigos de luxo como jatinhos e helicópteros. O movimento já desperta a atenção dos que, dentro do PT, defendem a criação de um imposto sobre grandes fortunas. Igualmente provoca o debate sobre o porque, afinal, um governo do PT não deveria partir para um ajuste com centro no grande capital e nas grandes empresas, em lugar de pedir sacrifícios para a sua própria base social de trabalhadores.
Com o índice negativo de atividade econômica em 2014, o que já estava difícil de fazer ficou ainda mais problemático. A presidente, em particular, e o governo como um todo estão instalados num dilema segundo o qual um ajuste muito forte poderá lançar o País de uma vez num mergulho recessivo. Dilma manterá sua aposta no plano de Levy, como tem feito até aqui, ou vai atender aos reclamos cada vez mais fortes de seu próprio partido?
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:
Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil
A atividade econômica apresentou queda de 0,12% em 2014, já descontados os efeitos sazonais, ou seja, as influências que diferentes épocas do ano exercem sobre a economia. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) foi divulgado hoje (12) pelo Banco Central. De acordo com dados brutos, sem o ajuste sazonal, a retração foi de 0,15%.
Levando-se em conta dezembro na comparação com novembro, houve recuo de 0,55%. Em novembro, o IBC-Br havia ficado negativo em 0,01% no acumulado de 12 meses. Na comparação com outubro, tinha registrado alta de 0,04% e, comparado a novembro de 2013, registrou queda de 0,49%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária. Os números do índice constituem uma análise do BC sobre o crescimento, mas no Brasil o órgão que divulga o Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todos os bens e riquezas de um país - é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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