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Economia

Sócio da Caixa, Esteves rifa em Veja Dilma e Eike

Tido como prodígio das finanças, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, concedeu entrevista às páginas amarelas de Veja em que criticou duramente o governo Dilma, o BNDES e a condução da economia; "fica difícil defender o país perante os investidores", diz o banqueiro; Esteves criticou ainda os que acham que estão "abafando"; no entanto, embora tenha sido contratado para encontrar soluções para os problemas da EBX, ele jogou a toalha; "a OGX era um paciente que o médico tenta curar em vão"; empresário criticou ainda o excesso de Estado na economia brasileira, mas não, é claro, sua parceria com a Caixa Econômica Federal no Banco Pan

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247 - O banqueiro André Esteves, sócio do BTG Patcual e também da Caixa Econômica Federal no problemático banco Pan (antigo Panamericano), concedeu entrevista às páginas amarelas, da revista Veja, em que criticou duramente o governo da presidente Dilma, a condução da economia e o papel de uma instituição como o BNDES.

Contratado há cerca de três meses para encontrar soluções para os problemas da EBX, de Eike Batista, Esteves entregou resultados pífios. As ações desabaram ainda mais e o BTG Pactual hoje é um dos bancos mais expostos aos problemas da holding de Eike, com 7% de sua carteira de crédito ali comprometida. Na mesma entrevista, Esteves aproveitou para rifar de vez o empresário. "A OGX era como um paciente que o médico tenta curar em vão", diz ele. Esteves só não conta que, durante vários anos, analistas do banco recomendaram as compras das ações de Eike.

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Eis alguns trechos do depoimento em que ele "enterra" Eike e também critica a condução da economia pelo governo Dilma:

O mundo de Eike

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O momento da economia era bom, e todo mundo foi tomado por um excesso de otimismo. Não só o Eike, mas analistas de mercado, bancos e investidores subestimaram a capacidade de execução e o capital necessários para pôr tantos projetos de pé ao mesmo tempo (...) Durante muito tempo, reinaram na OGX uma confiança e um encantamento exagerados, como se todos ali tivessem esquecido quão arriscado é o negócio de exploração de petróleo (...) Os executivos da OGX tentaram o que podiam, até alguém decidir que não valia mais a pena insistir. É como um paciente que o médico tenta curar, curar, mas a certa altura percebe que não há mais saída e desliga os aparelhos.

A decepção dos investidores com o Brasil

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A decepção dos investidores não é só com o Eike. É também com a Petrobras, que, mesmo tendo feito uma capitalização recorde, vai mal.

Sobre o BNDES

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Não acho certo o BNDES dar crédito barato a empresas que têm como conseguir dinheiro no mercado. O banco é um excelente instrumento para o Brasil, mas está se tornando contraproducente (...) Se todo mundo ficar pendurado no BNDES, o país perde a competitividade.

O PT e o mercado

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Quando o PT assumiu, em 2003, o momento era de enormes desafios econômicos, e havia uma descrença na capacidade dos petistas em lidar com essa complexidade. O ceticismo fez com que Lula fosse muito disciplinado na condução da economia no primeiro mandato. Graças a isso, consolidamos os pilares da estabilidade. Mas o sucesso trouxe um efeito colateral negativo: o gradual desprezo às críticas do mercado (...) essa soberba econômica foi um erro.

O clamor das ruas

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O sentimento difuso que levou as pessoas às ruas para pedir mais educação e saúde, um melhor transporte público e menos corrupção nada mais é do que o clamor por um estado mais eficiente, um dos pilares em que se baseia o mercado.

As contas públicas e a credibilidade do governo

O país tem feito muita confusão nessa seara. Outro dia mesmo o governo reafirmou o compromisso com o superávit de 2,3% do PIB e deixou todo mundo satisfeito. Dias depois, ficamos sabendo que o Tesouro estava recebendo dividendos do BNDES para cumprir essa meta. Ora, esse tipo de coisa tira toda a credibilidade. Assim fica difícil defender o país perante os investidores.

As concessões e a confiança no Brasil

Paira uma grande incerteza sobre o rumo que o país está tomando. Nos últimos tempos, o governo lançou pacotes para ferrovias, rodovias e aeroportos que até iam na direção certa, mas resolveu definir ele mesmo a taxa de retorno do investimento – o que, além de despropositado, é tarefa absolutamente inglória (...) Temos um cliente, um grande fundo de pensão canadense acostumado a aplicar bilhões aqui, que suspendeu temporariamente os investimentos em infraestrutura até ter mais clareza sobre o futuro. É esse o jogo – o das expectativas – que o governo está perdendo (...) O que me choca é que é tudo muito fácil de resolver.

Se é fácil, por que ninguém faz?

Em alguns segmentos do governo, falta capacidade de gestão e, em outros, os diagnósticos, estão errados. Tem gente que ainda acha que está abafando.

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