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Economia

Steinbruch pode se unir à Vale na compra da CSA

A produtora alemã de aço ThyssenKrupp, controladora da CSA, tenta há quase um ano vender a usina deficitária localizada no Rio de Janeiro, e os últimos desdobramentos apontam para a entrada em cena da CSN, do empresário Benjamin Steinbruch

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Por Sabrina Lorenzi

RIO DE JANEIRO, 3 Mai (Reuters) - A CSN e a Vale, que amargaram no passado um intrincado conflito societário, poderão se ver juntas novamente, desta vez na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).

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A produtora alemã de aço ThyssenKrupp, controladora da CSA, tenta há quase um ano vender a usina deficitária localizada no Rio de Janeiro, e os últimos desdobramentos apontam para a entrada em cena da CSN, do empresário Benjamin Steinbruch.

A Vale tem atualmente 27 por cento da CSA e não se opõe à eventual entrada da CSN na sociedade, mas condiciona qualquer negócio --"seja para quem for"-- a garantias de que seus direitos como acionista serão preservados, disse à Reuters uma fonte a par do tema, sob condição de anonimato.

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A mineradora informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que manterá a sua estratégia de fornecer minério de ferro para a CSA e a sua participação de 27 por cento na usina, mas não quis comentar a possível negociação entre a Thyssen e a CSN.

"A Thyssen e a CSN aparentemente têm um acordo prévio, mas ainda não há uma proposta vinculante (binding). Quando a Vale receber essa proposta vinculante terá um prazo para responder... E não deve se opor desde que seus direitos sejam respeitados", afirmou a fonte.

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Como a Vale não abre mão de seu contrato bilionário de fornecimento à CSA, a empresa de Steinbruch não poderia fornecer minério de ferro de sua mina Casa de Pedra à usina.

Outra fonte consultada pela Reuters disse que a posição da Vale não atrapalharia a aproximação da CSN, nem seria um ponto de conflito nas negociações. O objetivo da CSN com a CSA não seria necessariamente o fornecimento de minério, mas expandir a produção de aço.

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A CSN ganhou força no processo de venda da CSA depois que a Ternium, do grupo Techint, anunciou nesta semana que desistiu da siderúrgica no Rio por divergências quanto ao preço e pela situação desfavorável da indústria do aço, que tem padecido com oferta maior que demanda.

Diante da dificuldade de vender toda sua fatia de 67 por cento na CSA, uma fonte na Alemanha disse nesta sexta-feira que uma das opções em análise pelo grupo alemão seria vender uma parcela da CSA para Steinbruch, com Thyssen e Vale permanecendo na sociedade.

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A CSN estaria buscando o apoio de outras instituições --entre elas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)-- para viabilizar a oferta à Thyssen sem afetar seu caixa, disse à Reuters uma outra fonte.

Procurada, a CSN disse, por meio de sua assessoria, que não comentaria o assunto.

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GOVERNO DO RIO RESISTE

Mesmo que a Vale não represente uma ameaça à entrada da CSN no capital da CSA, Steinbruch parece enfrentar resistência nos bastidores por parte do governo do Rio, devido ao histórico de problemas ambientais em sua usina na cidade de Volta Redonda.

"O Rio de Janeiro não quer Steinbruch no CSA... No fim das contas, o governo do Rio não pode evitar uma venda da CSA, mas pode dificultar muito para ele", disse uma fonte com conhecimento direto das opiniões do governo do Estado.

No começo de abril, autoridades ambientais do Rio informaram que a CSN poderá ser multada em até 50 milhões de reais por contaminar um terreno em Volta Redonda onde moram mais de 2 mil pessoas.

Segundo o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, análises químicas apontaram que centenas de moradores da área cedida pela CSN para construção de moradias estão expostos a substâncias perigosas e que um grande volume de lixo químico, como ascarel, cancerígeno, foi enterrado no local.

HISTÓRICO DE BATALHAS

A CSN liderou, em 1997, o consórcio vencedor da privatização da Vale. Em 2001, foi feito um descruzamento acionário, pelo qual a CSN saiu do capital da Vale e vice-versa. Pelo acordo firmado à época, a mineradora assegurava a preferência para comprar o minério de ferro excedente da mina de Casa de Pedra, pertencente à CSN, por 30 anos.

Mas a sequência foi marcada por uma ampla disputa judicial entre as duas empresas sobre os direitos sobre Casa de Pedra, que terminou apenas em 2009 quando a Vale abriu mão da indenização pelo fim do contrato de preferência do minério excedente da mina da CSN.

Embora tenha representando cerca de um quarto da receita líquida da CSN no ano passado, o minério de ferro respondeu por 45,1 por cento da geração de caixa da companhia, indicando a relevência desse segmento de negócio para a empresa.

(Reportagem adicional de Jeb Blount e Rodrigo Viga Gaier)

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