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Economia

Telefonica sofre na Europa e busca socorro no Brasil

Empresa de telefonia perde um milhão de clientes de celular na Espanha; 300 mil de telefonia fixa também saíram; endividamento já é maior do que valor de mercado; anunciada venda de ativos na Alemanha; liquidação pode chegar até aqui

Telefonica sofre na Europa e busca socorro no Brasil (Foto: Edição/247)
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247 – Campeã isolada, entre 2007 e 2011, no ranking de reclamações do Procon-SP – e com posição destacada nos primeiros meses de 2012 --, a Telefonica é, agora, a nova face da crise financeira em que a Espanha está mergulhada. Nos últimos quatro meses, a companhia perdeu perto de um milhão de clientes de telefonia celular em seu próprio país, além de mais de 300 mil contas de telefonia fixa. A fuga em massa de usuários se deve à combinação de tarifas altas e serviços fracos, o que resulta no encolhimento dos lucros e elevação das dívidas.

Hoje, a Telefonica tem um valor de mercado inferior ao montante do que deve na praça, numa relação absolutamente perigosa: vale cerca de 40 bilhões de euros, mas deve aproximadamente 57 bilhões de euros. Os lucros de suas operações, ao mesmo tempo, declinam, com redução de 8,8%  no primeiro trimestre, chegando a insuficientes 5 bilhões de euros. É fácil perceber, a partir destes números, que os investidores em seus papéis estão tomando um duro castigo: apenas este ano, as perdas acumuladas pelas ações da Telefonica na bolsa de Madri atingem 34%. Ou seja, quem tinha 100 mil euros investidos em papeis da companhia em janeiro, neste momento só tem 66 mil euros.

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"O aperto de caixa que eles estão enfrantando começa a comprometer a capacidade operacional e de investimento em seus negócios", registrou à Agência Bloomberg o analista Guy Peddy, da Macquarie Securities, de Londres.

Vender ativos e buscar ainda mais rendimento de suas operações em países emergentes – como, é claro, o Brasil – são os planos do presidente mundial Cesar Alierta para evitar o esfarelamento completo da empresa. A companhia anunciou que está colocando à venda suas ações de controle da companhia alemã de telefonia O2 Germany, avaliada em 11 bilhões de euros, e não descartou a chance de fazer o mesmo em relação aos seus bens nos países emergentes. Já ocorreu um reestruturação de seus negócios na Colômbia.

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No mercado brasileiro, a difícil situação financeira da Telefonica pode significar, em breve, mudanças profundas na composição da companhia, atualmente com 25% das ações da subsidiária já colocadas em Bolsa de Valores. Uma captação por meio da venda de mais papéis, o que encolheria a participação dos espanhóis, não está descartada. A levar adiante a política de venda de ativos, a Telefonica passa a ser uma oportunidade para os investidores brasileiros, que poderiam retomar dos espanhóis o controle sobre uma empresa que já foi estatal – a Telesp.

Seria, assim, um resgate histórico, com a possibilidade aberta de melhoria nos serviços prestados. Em razão de todas as agruras que enfrenta no continente europeu, a Telefonica não parece mesmo ter condições de melhorar a qualidade da prestação de seus serviços, o que terá de ser feito pelos que, enventualmente, se interessem em assumir a companhia. A dúvida que já assalta o mercado é: valerá a pena comprar papéis de uma empresa com tantos problemas financeiros?

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