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Economia

Temer se contradiz e inclui educação e saúde em pacote econômico

Ao contrário do que disse em evento no Palácio do Planalto no início do mês, quando assegurou que os percentuais referentes a saúde e educação não seriam modificados, o presidente interino incluiu as duas áreas em sua proposta de limitação de gastos públicos enviada ao Congresso; ao anunciar o pacote econômico, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que Michel Temer "não só concorda como é o grande patrocinador desse plano"

Ao contrário do que disse em evento no Palácio do Planalto no início do mês, quando assegurou que os percentuais referentes a saúde e educação não seriam modificados, o presidente interino incluiu as duas áreas em sua proposta de limitação de gastos públicos enviada ao Congresso; ao anunciar o pacote econômico, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que Michel Temer "não só concorda como é o grande patrocinador desse plano" (Foto: Gisele Federicce)
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247 - Educação e saúde também fazem parte do pacote econômico que estabelece o teto para gastos públicos, proposto pelo governo interino de Michel Temer. A inclusão das duas áreas no pacote que será encaminhado ao Congresso por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) acontece mesmo depois de Temer ter assegurado que não haveria mudanças nessas políticas econômicas.

Em evento ocorrido no Palácio do Planalto no dia 1º de junho, o presidente interino anunciou que "para não haver exploração no sentido contrário, sem embargo da limitação de despesa, os percentuais referentes a saúde e educação não serão modificados".

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Entretanto, a PEC estabelece que os gastos mínimos com saúde e educação passarão a ser corrigidos pela inflação do ano anterior, assim como os demais. A proposta é que esse teto de gastos vigore por 20 anos, não podendo ser alterado até o nono ano.

Caso o Congresso aprove o texto da forma como o governo interino encaminhou, a regra atual, que prevê vinculação à receita líquida do governo nos casos de educação e saúde, deixará de ser aplicada. Na média dos últimos 12 anos, as despesas nessas áreas cresceram acima do patamar proposto por Temer.

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Dados do Tesouro Nacional apontam que os gastos com saúde registraram alta real - acima da inflação - de 6,25% ao ano entre 2003 e 2015, ao mesmo tempo em que as despesas com educação tiveram um crescimento, também acima do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), de 8,5% por ano neste mesmo período, ou seja, em treze anos.

Esse aumento ocorreu com a regra anterior, que prevê a vinculação destas despesas à receita líquida do governo. Com a nova regra, o crescimento real das despesas do governo com educação e saúde, acima da inflação, teria sido de zero.

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Ao anunciar o pacote econômico, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o presidente interino apoiava a mudança nos gastos mínimos com educação e saúde, ao contrário do que Michel Temer havia assegurado.

"Temer está não só concordando como é o grande patrocinador desse plano. Pode ter havido algum mal entendido, mas não me parece que, em algum momento, ele tenha discordado da ideia que a inflação corrija os valores [de Saúde e Educação]. Se preserva em termos reais, porque os valores são protegidos pela inflação", disse Meirelles.

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Em vídeo na página oficial da presidente Dilma Rousseff no Facebook, divulgado no início da gestão interina, o ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que nos últimos cinco anos, o governo Dilma investiu R$ 54 bilhões acima do mínimo exigido pela Constituição Federal. "Se essa regra, que eles estão defendendo, que educação e saúde só terão reajuste da inflação daqui pra frente, tivesse sido aplicada nesses 10 anos anteriores, nós teríamos tido uma perda da ordem de R$ 500 bilhões", disse Mercadante.

O ex-ministro disse ainda que neste momento de crise, em que há desemprego e que as pessoas estão perdendo renda, há um aumento da demanda da população por saúde e educação. "Eles estão propondo que o povo através de saúde e educação pague a conta dos juros. É um retrocesso inaceitável", diz Mercadante.

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