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Economia

Tijolaço: Entrega da Embraer à Boeing foi ótimo negócio. Para a Boeing, claro

O editor do Tijolaço, Fernando Brito, drstaca que a criação de uma joint venture entre a brasileira Embraer e a Boeing foi um bom negócio para a empresa norte-americana; segundo ele, nem mesmo  a "força de vendas" da Boeing" compensa a desvantagem da Embraer com o negócio, ressalta; "Afinal, não é todo dia em que se pode entregar 50 anos de investimento do país em criar uma bem sucedida indústria aeronáutica. Uma bobagem, para um país que deve é plantar soja, apenas", diz

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Por Fernando Brito, no TijolaçoNão é nenhum jornal esquerdista ou nacionalista. É a Bloomberg, publicada por O Globo quem oferece a explicação, sob o título " Saiba por que a Embraer é tão importante para a Boeing":

"O acordo da Boeing com a Embraer é estratégico para a empresa americana não só porque amplia sua presença no exterior como também porque permite à empresa entrar no mercado de aeronaves de médio e pequeno porte. Além disso, reforça sua posição para competir com a europeia Airbus, num momento em que o duopólio das duas gigantes da aviação mundial começa a sofrer concorrência de rivais de Rússia, Japão e China. Além disso, ao acrescentar os jatos da família E da Embraer ao seu portfólio, a Boeing aumenta o arsenal para sua mais recente batalha com a Airbus: o mercado de aeronaves de 100 lugares. "

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Mas não para aí o diagnóstico da agência norte-americana de notícias econômicas. Segundo ela, "a Embraer trará para a Boeing uma expertise em engenharia que a gigante americana poderá usar no projeto de seu novo jato comercial de médio porte, apelidado por analistas de 797." Ou seja: a tecnologia gerada no Brasil será "chupada" pela gigante para produzir jatos de sua própria linha e não do simulacro de "joint venture" anunciado com a brasileira.

No comunicado das duas empresas, fica claro de quem será o comando: toda a área de avisação comercial será entregue e comandada deste os Estados Unidos, como registra o comunicado à CVM:

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"(...)a joint venture na aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO. A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que responderá diretamente a Muilenburg [Dennis Muilenburg, presidente mundial da Boeing]."

E quais são as alegadas "vantagens" para a Embraer?Ah,aproveitar a "força de vendas" da Boeing... Num mercado concentrado como o de jatos, que tem uma ou duas dezenas de fabricantes, que adquire aeronaves em escala global e não por proximidade e em se tratando de uma empresa como a Embraer, com duas décadas como player ( e bem sucedida) no mercado mundial de aeronaves isso é ridículo.

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Ah, sim, aponta-se como vantagem também o acesso a crédito mais barato (dá para entender agora o crédito do BNDES à empresa?) e a força do potencial dos EUA ao estabelecer (para si) e recusar (para os outros) proteções alfandegárias na exportação/importação de aviões...

Fez, claro, um aparente "cercadinho" para a área de tecnologia militar. Bobagem e fantasia. Tecnologia de aviação civil e militar não se separam plenamente nuncae o efeito será apenas de reservar um espaço para brigadeiros aposentados e para alguns promissores engenheiros do ITA, que desenvolverão, como um segredo de polichinelo nas redes da empresa, seus projetos, peneirados pelos norte-americanos em tudo que lhes possa ser promissor (ou perigoso) em sistemas de aviônica.

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A queda de mais de 14% das ações da Embraer registrada hoje, porém, tem menos a ver com o mau negócio para a empresa e para o Brasil e mais com o fato de que, como a negociação só será concluída no próximo ano e o TCU ainda não votou – recorde-se do que se publicou aqui, há quase um ano, quando Henrique Meirelles propôs, em setembro do ano passado a autorização para vender a "golden share" da empresa – a capacidade de o Governo brasileiro entregar, por dinheiro, a possibilidade de vetar um acordo tão lesivo ao país.

Temer, porém, está agindo vigorosamente para acelerar essa decisão.

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Afinal, não é todo dia em que se pode entregar 50 anos de investimento do país em criar uma bem sucedida indústria aeronáutica.

Uma bobagem, para um país que deve é plantar soja, apenas.

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