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Economia

Trabalhadores da Embraer buscam apoio da opinião pública para reverter demissões

A luta dos trabalhadores da Embraer contra as 2,5 mil demissões anunciadas pela empresa deve crescer e ganhar o apoio da opinião pública. A audiência de mediação entre a Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos terminou sem acordo

Reuters (Foto: Reuters)
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Rede Brasil Atual - A luta dos trabalhadores da Embraer contra as 2,5 mil demissões anunciadas pela empresa na semana passada deve crescer e ganhar o apoio da opinião pública. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa os trabalhadores da empresa, espera reverter as demissões pressionando autoridades para que se manifestem em relação ao assunto. O sindicato enviou cartas ao presidente Jair Bolsonaro, ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), pedindo agendamento de reunião para discussão sobre a demissão em massa realizada pela empresa.

Os ofícios também incluem o prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSDB), e a Câmara Municipal. “A Embraer é uma empresa que, mesmo após sua privatização, em 1994, continua recebendo dinheiro público por meio de financiamentos. Recentemente, foi beneficiada com a liberação de R$ 3 bilhões. Não é possível admitir que a Embraer receba dinheiro público enquanto realiza demissão em massa”, diz a carta.

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No dia 26 de junho, a Embraer assinou contrato de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de US$ 300 milhões. Outros US$ 315 milhões foram financiados por um consórcio de bancos privados e públicos, incluindo o Banco do Brasil.

Nesta terça-feira (8), a audiência de mediação entre a Embraer e o sindicato terminou sem acordo. A empresa se recusou a atender a proposta do sindicato para o cancelamento das 2,5 mil demissões. Recusou-se também a dar continuidade nas negociações para que fosse encontrada uma alternativa aos desligamentos. 

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A mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) – 15ª Região foi conduzida pela desembargadora vice-presidente judicial, Tereza Asta Gemignani. Contou também com participação do procurador do Ministério Público do Trabalho Ronaldo Lira.

Teto salarial

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O sindicato propôs a adoção de um teto salarial na fábrica equivalente à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), no valor de R$ 39.200.  Hoje, o teto na Embraer é de R$ 2.170.666,62 mensais, pago a um conselheiro. 

O valor a ser economizado com essa medida seria suficiente para manter o emprego dos 2.500 trabalhadores da Embraer demitidos. Em resposta, o representante da empresa disse apenas que esses supersalários estão “de acordo com o mercado”.  A Embraer também admitiu que não havia negociado as demissões com o sindicato, contrariando as orientações dos tribunais.

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A empresa alega que as demissões dos trabalhadores da Embraer se devem aos efeitos da pandemia no setor de aviação civil. E ainda atacou o sindicato dos metalúrgicos por lutar em defesa dos empregos.

“A Embraer tem uma tática que não é nova, de desqualificar a entidade sindical. A Embraer recebeu mais de R$ 1,5 bilhão de bancos públicos para fazer as demissões. Então, essas demissões estão ocorrendo com dinheiro público, o que é um absurdo. E o segundo fato que tem incomodado a Embraer é que divulgamos a folha de pagamento da empresa. Mas isso não foi colocado em segredo de justiça. Nós tivemos acesso a esse documento”, afirma Herbert Claros, diretor do sindicato, em reportagem de Dayane Ponte, para o Seu Jornal, na TVT, nesta terça-feira.

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Acordo com a Boeing

“A Embraer está usando pouco a questão do acordo que deu errado com a Boeing, de venda do setor comercial, e mais a questão da pandemia. Por que a empresa está fazendo isso? Ao culpar a pandemia, ela passa a impressão de que a situação está fora de controle. Ela está querendo camuflar a questão do negócio mal-sucedido com a Boeing em seu desempenho econômico”, afirma ao Seu Jornal o pesquisador do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), Gustavo Machado.

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“Ela tem um caixa muito significativo, com um patrimônio líquido muito alto, sobretudo se comparada com as outras empresas do setor. E ela teria absoluta condição de manter os trabalhadores que está demitindo diretamente ou pelo Programa de Demissão Voluntária”, diz ainda.

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