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Entrevistas

Guilherme Guimbão: jogo 'Polarização' retrata realidade que não acabará com eleição

Designer transforma lulismo, lavajatismo, pato da Fiesp e Luciano Hang em ícones de jogo de tabuleiro inspirado na política brasileira; veja vídeo na íntegra

Guilherme Guimbão (Foto: Reprodução)
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Por Pedro Alexandre Sanches, do Opera Mundi - Guilherme Ciamparini, mais conhecido como Guilherme Guimbão, é um designer de jogos de tabuleiro que está em final de campanha de financiamento coletivo para lançar o jogo Polarizando, inspirado na disputa de narrativas na política brasileira atual. Em entrevista ao programa SUB40 desta quinta-feira (29/09), com o jornalista Haroldo Ceravolo Sereza, ele explicou o funcionamento do jogo, inspirado no diagrama da bússola política, que se divide entre os quadrantes "direita", "esquerda", "autoritarismo" e "liberalismo", e motiva inúmeros "memes" nas redes sociais. Entre os personagens que se tornaram cartas do jogo, estão figuras de direita como Luciano Hang, Fabrício Queiroz, "agroboys", Sergio Moro, João Doria Jr., milicianos, cloroquina e o pato da Fiesp, mas também, pelo lado esquerdo, Luiza Erundina, Gleisi Hoffman, Flávio Dino, Marielle Franco, sindicalistas e até o jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi.

No Polarizando, Guimbão substituiu os valores "autoritarismo" e "liberalismo" da bússola política por "subversão" e "ordem", mais adequados, a seu ver, ao xadrez político atual. O encontro entre subversão e esquerda, ele denominou socialismo; o de ordem e esquerda é o lulismo; entre ordem e direita, o lavajatismo; e entre subversão e direita, o bolsonarismo. 

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“Cada jogador é uma dessas narrativas, e todos disputam entre si para ver quem tem mais apoio popular. Ganha quem conseguir mais apoio popular no final”, explica.

Ele se diverte com as posições que podem surgir no jogo: “apesar de ter quatro narrativas, o jogo tem 10 naipes diferentes, com terceira via, populismo. João Doria é personagem do naipe da direita, oscila entre lavajatismo e bolsonarismo. O lavatismo embaralha, utiliza Doria e depois descarta no bolsonarismo”. 

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Todos os personagens têm força de 1 a 5, do mais fraco para o mais forte. Altman no jogo, explica, é dono do poder Opera Mundi e está inserido na narrativa lulista. “O similar de Breno no lavajatismo é [a jornalista] Vera Magalhães, e o poder dela é o programa Roda Viva", disse.

Sobre a polarização fora dos jogos de tabuleiro, o designer opina que as eleições de 2022 não deterão o fenômeno, que, para ele, não se restringe aos períodos eleitoras. Para ele, a reparação histórica dependerá da pressão da sociedade: "se puser panos quentes, continua dando sobrevida a esse tipo de discurso.”

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Guimbão atribui aos governos tucanos e petistas o não-enfrentamento da herança sombria da ditadura e as consequências corrosivas que se prorrogam até os dias atuais. “O PT e o PSDB se formaram nos anos 1980 com as pessoas que tinham enfrentado a ditadura, mas tiveram 20 e poucos anos de governo e não houve nenhum enfrentamento mais veemente. Esse erro não pode ser repetido quando [Jair] Bolsonaro sair do governo, e o enfrentamento tem que ser veemente, principalmente quanto à covid.” 

Carreira nos jogos

Formado em turismo, ele se redirecionou ao perceber que muitos jogos estrangeiros abordavam política, cultura e história, mas não tinham correspondentes no Brasil. Nos últimos dez anos experimentou mais de 700 jogos diferentes e começou a criar os seus próprios. 

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Entre eles estão Brasil, um País de Tolos, uma sátira à sociedade brasileira em formato de baralho, e A Conta da Copa É Nossa!, uma crítica a grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. "Cada jogador é uma empreiteira que conta com o favor de políticos e celebridades para fazer mais obras para a Copa”, ilustra.

O jogo Data Hacker foi desenvolvido para o governo de Dilma Rousseff, em meio a escândalos relacionados ao vazamento de dados na internet, num esforço para desanuviar o assunto para cidadãos leigos. “O governo levava o jogo quando ia fazer algum evento, para facilitar o entendimento das pessoas. O jogador tinha que fazer combinações binárias para criar códigos, mas no ambiente analógico.”

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Um projeto futuro que Guimbão vem esboçando há 10 anos tratará da ditadura de 1964, com o título Só Dói Quando Eu Penso. "Seria um jogo mais denso e pesado. 

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