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Mario Vitor: “fica difícil agora para o PSB se sustentar na armadilha criada”

Jornalista aponta para a polarização ideológica e a regulamentação das federações como os principais obstáculos diante do PSB em 2022. "O partido namora com a falência política”

Mario Vitor: “fica difícil agora para o PSB se sustentar na armadilha criada” (Foto: Reprodução)

247 - O jornalista Mario Vitor Santos, em entrevista à TV 247, apontou para um cenário preocupante para o PSB após a desistência da sigla de se integrar à federação com PT, PV e PCdoB. Segundo ele, o PSB agora encara a “falência política”, e pode ser vítima da polarização ideológica do país e da própria regulamentação das federações partidárias.

“O PSB namora com a falência política. É gravíssima a situação, não sei nem se ele consegue sustentar isso, porque ele arrisca reduzir em pelo menos um terço sua bancada parlamentar, isso se for bem em São Paulo e em Pernambuco”, disse. 

Contudo, as chances do PSB em São Paulo são pequenas, prevê Mario Vitor. Segundo ele, a mesma polarização que ocorre na política nacional deve ser refletida no estado.

“São Paulo não está nada garantido, porque, com a polarização Lula-Bolsonaro, a tendência no estado é ser também uma eleição muito polarizada entre Tarcísio, com apoio do Bolsonaro, dos lavajatistas e dos golpistas, um eleitorado grande em SP, e Haddad, que é muito conhecido e vem com o apoio de Lula”, disse.

Além da “armadilha ideológica”, o PSB periga cair na armadilha imposta pela própria regulamentação das federações no Brasil, “que submete partidos a um programa único”, prosseguiu. 

“A federação estabelece uma disciplina, combate a prostituição política e ideológica entre os parlamentares, os submetendo a uma espécie de disciplina das ideias, valores e propostas para o país. Quem não participa disso vai continuar existindo, mas, como estamos vendo no caso do PSB, vai ter dificuldades de se viabilizar da maneira como vem fazendo até agora”, disse.

“Agora é fácil para os parlamentares e líderes do PSB resistirem a uma composição em que ficarão submetidos a uma maioria petista, mas vai ser mais difícil na eleição eles se conformarem com a diminuição de seu espaço eleitoral e suas chances de voltar ao parlamento. Como o PSB vai conseguir conduzir isso até lá, ele arrisca sua própria sobrevivência”, completou. 

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