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"Qualquer crítica a Israel é identificada como antissemitismo, e não é verdade", diz Genoino

Ex-presidente do PT, falsamente acusado de antissemitismo, defendeu boicotar empresas que apoiam o regime sionista de Israel: “é uma pressão pacífica, que combate a violência”

José Genoino (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil | Reprodução)

247 - O ex-presidente do PT José Genoino se defendeu das falsas acusações de antissemitismo que vem sofrendo e voltou a afirmar: "repudio qualquer colocação de ser antissemita e repudio as manifestações da Conib e de outros políticos como uma tentativa desesperada de que qualquer crítica ao Estado de que Israel seja identificada como antissemitismo. Não é verdade", afirmou em entrevista à TV 247. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) protocolou na Justiça de São Paulo, na última segunda-feira (22), um pedido de abertura de inquérito contra Genoino, defendendo seu banimento das redes e mencionando até mesmo a necessidade de uma "prisão preventiva".

A perseguição se baseia em uma fala de Genoino em que ele defendeu o Movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções), que organiza mundialmente um boicote a produtos provenientes de assentamentos criados a partir da política expansionista de Israel. O ex-presidente do PT explicou que o movimento de boicote por ele apoiado busca atingir os interesses econômicos do governo israelense. O mesmo movimento já foi endossado por outras lideranças, enfatizou. "Olha os objetivos desse movimento de boicote: o fim da ocupação e da colonização dos territórios; igualdade de direitos para árabes de Israel; respeito ao direito ao retorno dos refugiados; defesa da paz; defesa de uma solução sem guerra e o extermínio dos direitos fundamentais". Segundo Genoino, o boicote se trata de uma pressão pacífica, atingindo interesses culturais, acadêmicos, econômicos e políticos do governo de Israel, "que promove há 75 anos o extermínio de um povo negando o direito à autodeterminação e à soberania nacional". "A situação está chegando a um ponto em que é necessário a gente não apenas ficar como espectador. Nós temos que ingressar em movimentos. Essa é a ideia do boicote, como uma atitude cívica, pacífica, que combate a violência", concluiu Genoino.