ACM Neto: "A cidade não se organizou para a Copa"

Bahia 247

Tal qual o governador Jaques Wagner (PT), o prefeito ACM Neto (DEM) concedeu entrevista coletiva há pouco para falar do cenário de visto em Salvador na noite de ontem em decorrência da segunda manifestação do Movimento Passe Livre.

Apesar da similaridade no tom ameno dos dois gestores, a grande diferença entre ACM e Wagner foi que o prefeito não teve o mesmo otimismo do governador sobre o "sucesso" da Copa das Confederações em Salvador.

"A cidade não se organizou para receber um evento desse porte. Por conta das restrições orçamentárias, enxugamos tudo. Só estamos gastando o essencial e não vou comprometer a cidade que passa por um momento difícil".

O democrata rebateu uma das bandeiras do movimento, a dos gastos excessivos com a Copa. Segundo o prefeito, para atender às necessidades da Copa, a cidade teria que investir cerca de 170 milhões só em mobilidade urbana, mas não teria recursos disponíveis.

Sobre o principal pleito dos manifestantes, o de queda no preço da tarifa dos ônibus coletivos, ACM Neto voltou a descartar qualquer possibilidade de fazê-lo.

O prefeito argumentou que a redução no valor das passagens já ocorridas pelo país aconteceu em municípios onde houve aumento e destacou o anúncio que fez no início do mandato, há seis meses, de que não permitira reajuste neste ano. Só haveria possibilidade de baixar a passagem em Salvador com incentivo do governo federal.

"Sem novas desonerações, não temos como reduzir. É importante lembrar que a maioria das cidades aumentou e depois tirou. Salvador não passou pelo que outras capitais passaram. A decisão de anunciar anteriormente que não haveria reajuste foi acertada".

O democrata afirmou também que os manifestos são "legítimos" e responsabilizou "grupos radicia" pelas depredações, pelos saques e pela queima de veículos. "A grande maioria dos manifestantes cumpriu o dever cívico. A manifestação não pode ser maculada por um grupo muito pequeno. A minoria deve ser tratada como uma exceção".

ACM Neto anunciou que todas as estruturas públicas danificadas serão recuperadas e descartou a possibilidade de fechar o acesso a logradouros públicos, a exemplo de praças, para prevenir novos atos, como especulado.