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Aécio deu R$ 1,5 milhão em caixa dois à campanha de Sartori, diz delator

As delações da empresa JBS bateram à porta do governo do RS; diretor da JBS, Ricardo Saud, que também fechou acordo de delação premiada, aparece afirmando que o senador Aécio Neves (PSDB) teria pago R$ 1,5 milhão para a campanha de José Ivo Sartori (PMDB), em 2014, em forma de “doação oficial dissimulada”; “O Aécio ligou e pediu para dar R$ 1,5 milhão para o PMDB do Rio Grande do Sul”, diz; o representantes da PGR pergunta: “Mas o PMDB já não estava com o PT?”; Saud responde: “Então, lá o Ivo Sartori era dissidente, porque o PT tinha candidato lá. Aí o Aécio deu R$ 1,5 milhão dessa propina pro Sartori”; “Em doação oficial?”, questiona a PGR; “Doação oficial, dissimulada”, afirma Saud

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Sul 21 - As delações da empresa JBS bateram à porta do Palácio Piratini depois que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo de documentos e vídeos com depoimentos, na sexta-feira (19). Em um dos vídeos, o diretor da JBS, Ricardo Saud, que também fechou acordo de delação premiada, aparece afirmando que o senador Aécio Neves (PSDB) teria pago R$ 1,5 milhão para a campanha de José Ivo Sartori (PMDB), em 2014, em forma de “doação oficial dissimulada”.

“O Aécio ligou e pediu para dar R$ 1,5 milhão para o PMDB do Rio Grande do Sul”, diz o delator. O representante da Procuradoria Geral da República (PGR), que conduz o interrogatório, pergunta: “Mas o PMDB já não estava com o PT?”. Saud responde: “Então, lá o Ivo Sartori era dissidente, porque o PT tinha candidato lá. Aí o Aécio deu R$ 1,5 milhão dessa propina pro Sartori”. “Em doação oficial”, questiona a PGR. “Doação oficial, dissimulada”, afirma Saud.

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Em 2014, a campanha de José Ivo Sartori começou apoiando a candidatura de Marina Silva e Beto Albuquerque, do PSB, para a presidência da República. No segundo turno, mesmo com Michel Temer, presidente de seu partido, como vice de Dilma Rousseff (PT), o PMDB gaúcho declarou apoio à Aécio Neves e Aloysio Nunes, do PSDB.

O nome de Sartori aparece em trechos dos documentos, relacionado a doações de campanha. No Apenso 14, em um anexo da delação de Saud que trata das negociações com Aécio Neves. Aécio foi afastado do Senado e da presidência do PSDB esta semana, depois que gravações de diálogos seus com um dos donos da JBS, o empresário Joesley Batista, o flagraram pedindo propina de R$ 2 milhões. A irmã dele, Andreia Neves, e o primo, Frederico Pacheco de Medeiros.

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“Fred” é citado em um trecho do diálogo de Aécio e Joesley. Segundo delação do empresário, Aécio Neves teria pedido R$ 2 milhões para ajudar a pagar os custos de sua defesa na Operação Lava-Jato. Em uma das gravações entregues à PGR o tucano combina com Batista sobre como fará para pegar o dinheiro e diz: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred [primo do senador] com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”.

Sartori se pronunciou sobre as acusações na noite dessa sexta, nas redes sociais. O governador diz que a doação da JBS para sua campanha foi declarada e “dentro da legalidade”. “Repudio qualquer tentativa de me envolver nesse caso. Nunca participei desse mar de lama. E o povo gaúcho pode ter certeza de que não haverá nada que prove em contrário. Minha honra é meu maior patrimônio. Faz parte da minha criação fazer a coisa certa. Não aceito a generalização. Não me misturem com essa gente. Pratico e sempre pratiquei a política da seriedade, da integridade e da transparência”, se defendeu o governador.

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A legislação brasileira passou a proibir financiamento de empresas a campanhas eleitorais, em 2015. Porém, em março deste ano, a decisão da Segunda Turma do STF que tornou réu o senador Valdir Raupp, do mesmo partido de Sartori e Michel Temer, por corrupção e lavagem de dinheiro após receber doações da empreiteira Queiroz Galvão, abriu precedente para novas interpretações.

Durante o julgamento de Raupp, os ministros do STF discutiram se políticos que recebem doações suspeitas podem ser punidos ao oficializaram os valores em suas prestações de contas. Celso de Mello foi um dos ministros que entendeu que sim. “Esse comportamento constitui um gesto de invisível atrevimento e de gravíssima ofensa à legislação da República, na medida em que os agentes da conduta criminosa, valendo-se do próprio aparelho de Estado, objetivam, por intermédio da Justiça Eleitoral, e mediante da defraudação do procedimento de prestação de contas conferir aparência de legitimidade a ações integradas por recursos financeiros manchados em sua origem pela nota da delituosidade”, afirmou em seu voto.

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Leia a nota de Sartori na íntegra:

A doação da JBS para minha campanha foi declarada e com recibo, dentro da legalidade. Repudio qualquer tentativa de me envolver nesse caso. Nunca participei desse mar de lama. E o povo gaúcho pode ter certeza de que não haverá nada que prove em contrário.
Minha honra é meu maior patrimônio. Faz parte da minha criação fazer a coisa certa. Não aceito a generalização. Não me misturem com essa gente. Pratico e sempre pratiquei a política da seriedade, da integridade e da transparência.
A coordenação da campanha já se pronunciou e está à disposição para prestar qualquer esclarecimento. Espero que haja responsabilidade na abordagem do assunto, com investigação e punição rigorosa para os culpados.
José Ivo Sartori

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