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Aracajuanos aprenderam a protestar; João aprendeu a ouvir?

Atos e manifestações não cessam na capital: cidadão pede transporte público de qualidade, quer habitação, quer ter saúde digna, quer a vida urbana mais palatável; prefeito João Alves Filho, que se apresentou como solução, ainda não deu respostas ao novo momento político do país;  as ruas continuam falando, indistintamente, sobre o que precisa melhorar; demandas são diversas; pautas, difusas; prefeito precisa colocar assessores e secretários para ouvir a voz do povo e pensar, com ele, alternativas para a saúde, o transporte, a mobilidade, a habitação, o saneamento; sociedade não aceita mais que se fale em herança maldita, em erros da gestão passada

Aracajuanos aprenderam a protestar; João aprendeu a ouvir?
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Valter Lima, do Sergipe 247 – Para além da capital, alguns municípios do Estado até realizaram manifestações nos últimos 60 dias inspirados nos protestos que levaram milhões de brasileiros para as ruas, no entanto, é fato inegável que foi em Aracaju onde eles tiveram – e continuam tendo – maior incidência. Algo até natural diante do que a cidade é. Mas cabe aqui uma pergunta: o prefeito João Alves Filho (DEM) está preparado para atender aos pleitos desses grupos que se manifestam?

No ato mais recente, moradores da ocupação Novo Amanhecer, no bairro 17 de Março, fecharam vias importantes da cidade, na sexta-feira (26) – avenida Heráclito Rollemberg – e no sábado (27) – avenidas Pedro Valadares e Silvio Teixeira. Eles alertam a sociedade para a desocupação da área, prevista para ocorrer nesta terça-feira (30). “Para onde irão as 311 famílias que lá estão?”, questionam, sem resposta da prefeitura, que nos quesitos inclusão social e habitação ainda não apresentou um projeto sequer, em seis meses e gestão.

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A semana que se encerrou ontem foi a mais caótica já vivida pelos aracajuanos, que tiveram que lidar com a falta de ônibus em vários momentos de quase todos os dias. Isso desencadeou manifestações diversas. Os próprios rodoviários da empresa Viação Cidade de Aracaju (VCA) – que atrasou salários e que está excluída do sistema – protagonizaram as principais interrupções.

Mas houve também protestos do Movimento Não Pago (que queimou um boneco simbolizando o prefeito), de estudantes (que fecharam a avenida Ivo do Prado) e de usuários de ônibus (que bloquearam o terminal de integração localizado próximo aos mercados municipais).

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Todos estavam – e continuam insatisfeitos – com o transporte coletivo que atende a Grande Aracaju. Para aumentar a sensação de desconforto, a Justiça atendeu ao Setransp e retomou a tarifa do ônibus para R$ 2,35, que havia sido reduzida em R$ 0,10, há duas semanas, por decisão judicial.

Ou seja, enquanto o serviço piora, o seu custo inflaciona. Sobre este ponto, especificamente, o prefeito não apresenta uma alternativa. Diz que baixar o valor é inviabilizar o sistema. A única desoneração que ofereceu (de R$ 0,10) foi em consequência do corte de impostos federais feito pela presidente Dilma Rousseff (PT).

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Ainda no que se refere ao transporte, representantes do Não Pago foram recebidos, finalmente, por João, que foi taxado pelo grupo de despreparado. O movimento disse que o prefeito não estava por dentro das questões mais profundas do tema. Por isso, o Não Pago deu nota zero ao encontro e esnoba a possibilidade de comparecer a nova audiência prevista para o dia 5 de agosto.

O jornalista Ivan Valença escreve sobre isso na edição domingo/segunda (28 e 29 de julho) do Jornal da Cidade: “e falando em João, o dr. Alcaide prometeu durante a campanha resolver o problema do transporte em Aracaju com o seu BRT, mas o fato é que o setor está muito pior, atravessando a maior crise de que se tem notícia. Para completar, o prefeito expulsa a empresa VCA do sistema, devido aos problemas que vem gerando, e agora vai contratar mais uma empresa sem licitação. Vá lá que as outras empresas também não participaram de um processo licitatório, mas ao invés de resolver a situação, a administração da cidade traz uma empresa de fora e continuará mantendo a situação na ilegalidade. O pior é o flagra que fizeram: nas redes sociais circulam fotos dos ônibus da VCA sendo pintados com a logomarca de outra empresa... Ou seja, as mesmas latas velhas vão continuar circulando na capital”.

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Segundo a jornalista Rita Oliveira, na edição de sábado (27) da sua coluna no Jornal do Dia, podem ser apresentadas como substitutas da VCA e da São Cristóvão as empresas Maratá, do empresário José Augusto Vieira, e Delta, de Laurinho Menezes, que seria um disfarce ao grupo excluído. A prefeitura nega que a Delta entrará.

Mas não é só do transporte que as pessoas estão reclamando. Moradores do Bairro Coqueiral também fizeram protesto na semana passada contra a demora na conclusão das obras de saneamento da localidade. Não é a primeira vez que eles se manifestam. Eles afirmam que, no período eleitoral, João prometeu concluir as intervenções no bairro em seis meses. Mas na prática isto não ocorreu. Na área da saúde, o reclame dos aracajuanos também é constante e já virou motivo de protesto.  

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E o prefeito?

Mesmo já tendo se tornado lugar-comum não é tendencioso lembrar o que ele disse ser durante os 100 dias da campanha eleitoral de 2012: “a solução”. No novo momento político que o país atravessa, João ainda não soube responder, através da sua gestão, às manifestações do povo. E não apenas com aquilo que ele projetou para a capital. Mas dando à sociedade a oportunidade de participar ativamente do processo de construção das melhorias que ela tanto anseia.

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As ruas continuam falando, indistintamente, sobre o que precisa melhorar. As demandas são diversas; as pautas, difusas; as soluções, nem sempre simples. O prefeito precisa colocar assessores e secretários para ouvir a voz do povo e pensar, com ele, alternativas para a saúde, o transporte, a mobilidade, a habitação, o saneamento, a vida urbana de um modo geral. E mais do que isso: vai ter que se acostumar com a cobrança, que, após seis meses de administração, já é constante. O povo, depois do turbilhão que tomou o país, se tornou mais impaciente e exigente. Quer as soluções, João. E não aceita mais que se fale em herança maldita, em erros da gestão passada. 

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