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Arcebispo de Maceió diz que "Igreja não é capacho de governo"

O arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, reafirmou a posição da Arquidiocese sobre as comunidades terapêuticas que possuem ingerência política, citando que "a Igreja Católica não é capacho governamental" para estar atrelada a fins eleitoreiros; para ele, foco dos centros deve ser o dependente químico, e não a reeleição de vereadores, deputados e senadores; em dezembro, o arcebispo divulgou um decreto que pune comunidades terapêuticas que têm algum tipo de vínculo político-partidário e de poder

O arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, reafirmou a posição da Arquidiocese sobre as comunidades terapêuticas que possuem ingerência política, citando que "a Igreja Católica não é capacho governamental" para estar atrelada a fins eleitoreiros; para ele, foco dos centros deve ser o dependente químico, e não a reeleição de vereadores, deputados e senadores; em dezembro, o arcebispo divulgou um decreto que pune comunidades terapêuticas que têm algum tipo de vínculo político-partidário e de poder (Foto: Voney Malta)
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Alagoas 247 - O arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, reafirmou a posição da Arquidiocese sobre as comunidades terapêuticas que possuem ingerência política, citando que "a Igreja Católica não é capacho governamental" para estar atrelada a fins eleitoreiros. O foco dos centros deve ser o dependente químico, e não, a reeleição, conforme ele pontuou, em coletiva à imprensa, na manhã desta quarta-feira (4), na sede da Cúria, situada no bairro do Farol. 

No mês de dezembro, a Arquidiocese de Maceió divulgou um decreto que busca punir comunidades terapêuticas que têm algum tipo de vínculo político-partidário e de poder. A decisão foi assinada por Dom Antônio Muniz.

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Segundo o líder da Igreja Católica na Arquidiocese, o decreto - que ainda conta com o apoio de um manifesto da Federação da Rede Cristã de Acolhimento e Recuperação do Dependente Químico do estado de Alagoas (Recriar) - visa combater o interesse de políticos na administração dos recursos da Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev), investidos nas comunidades terapêuticas, retirando qualquer tipo de manipulação e politicagem. 

"O foco deixa de ser o dependente químico para ser a reeleição do político que 'ajuda' tal comunidade. Não se pode conceber um centro voltado a tratar de dependentes químicos sob o comando de vereadores, deputados, senadores. Aproveito para dizer que, apesar do decreto, a relação entre Igreja e Estado é de extrema cortesia e educação, inclusive, estive com o governador, por uma hora, antes de tomar a decisão", comentou o arcebispo, afirmando que a "Igreja Católica não é capacho governamental".

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Além da Arquidiocese, oito comunidades católicas e três evangélicas subscrevem o manifesto, enquanto que as demais não estão inseridas no contexto e, contra elas, a Igreja deverá aplicar punições, retirando benefícios espirituais, como a proibição de celebrar missas e a retirada da denominação "católica". 

De acordo com a Arquidiocese, o valor pago a cada dependente custa R$ 33 a diária. O tempo de tratamento chega a seis meses, podendo ser prorrogado por mais um ou dois meses. 

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MANIFESTO

O manifesto da Recriar aborda várias considerações sobre a participação das comunidades terapêuticas em projetos políticos e de poder. Uma delas é a falta e a inoperância na formulação de políticas públicas, que geram no povo fortes mazelas. 

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"Cumpre-se a cada entidade representativa, a cada autoridade e a cada cidadão empenhar o melhor de seus esforços, não só na denúncia da ausência total de cuidado com a pessoa humana, mas, também, na procura de soluções para a mesma. Portanto, não ficaremos inertes", segue trecho do manifesto. 

LEIA O DECRETO NA ÍNTEGRA:

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Província Eclesiástica de Maceió

Arquidiocese de Maceió

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DECRETO

Da participação das Comunidades Terapêuticas em projetos políticos e de poder

DOM ANTÔNIO MUNIZ FERNANDES, O.CARM.

Por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica,

Arcebispo Metropolitano de Maceió,

DECIDE:

CONSIDERANDO que a conotação essencial dos cristãos leigos e leigas, fiéis operários da vinha do Senhor (cf. Mt 20,1-16), é a índole secular de seu seguimento de Cristo, que se realiza propriamente no mundo: "É específico dos leigos, por sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus" (CONCÍLIO VATICANO II, Const. Dogm. "Lumen gentium", n. 31).

CONSIDERANDO que a presença do fiel leigo no campo social é caracterizada pelo serviço, sinal e expressão da caridade que se manifesta na vida familiar, cultural, profissional, econômica, política, segundo perfis específicos: obtemperando às diversas exigências de seu particular âmbito de atuação, os fiéis leigos exprimem a verdade de sua fé e, ao mesmo tempo, a verdade da doutrina social da Igreja, que encontra a sua plena realização quando é vivida em termos concretos para a solução dos problemas sociais. A própria credibilidade da doutrina social reside de fato no testemunho das obras, antes mesmo que na sua coerência e lógica interna (cf. JOÃO XXIII, Carta enc. "Mater et magistral", n. 454; JOÃO PAULO II, Carta enc. "Centesimus annus", n. 862-863).

CONSIDERANDO o Código de Direito Canônico, Cân. 300: "Nenhuma associação assuma o nome de 'católica', sem o consentimento da autoridade eclesiástica competente".

DECRETAR que as Comunidades Terapêuticas, que fizeram uma opção político-partidária e de poder, tornando-se subsidiárias, estão proibidas de usar o nome "católica" e beneficiar-se dos ritos católicos; consequentemente, seja retirada a presença do Santíssimo Sacramento e não mais sejam celebradas Santas Missas nessas Comunidades Terapêuticas, em todo território da Arquidiocese de Maceió.

Maceió, 26 de dezembro de 2016.

DOM ANTÔNIO MUNIZ FERNANDES, O.CARM.

Arcebispo Metropolitano de Maceió

Com gazetaweb.com e assessoria

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