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Bolsonarismo ameaça transformar Amazônia em deserto, diz sociólogo

Para Laymert Garcia dos Santos, “os impactos da devastação da Amazônia terão efeito mundial, geopolítico

Enquanto Bolsonaro perdoa ruralistas, desmatamento na Amazônia cresce 100%
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Por Eduardo Maretti, da RBA - “Considerando a riqueza do Brasil em biodiversidade, em florestas, em terra, em água sobretudo, sua dimensão continental, e o que ele representa para o planeta, do ponto de vista climático e do aquecimento global, os impactos da devastação da Amazônia trarão um efeito mundial, geopolítico, tão importante quanto a derrocada da União Soviética (1991), senão mais.” A opinião é do sociólogo Laymert Garcia dos Santos, sobre o processo de devastação deliberada da maior floresta tropical do mundo pelo bolsonarismo.  

“O efeito global vai ser enorme, sobretudo por causa do aquecimento global. Para mim essa questão é a expressão máxima da decomposição do país e da desconstituição de sua sociedade”, diz. “O Brasil não é mais um país, as instituições apodreceram, e o ‘novo normal’ é a derrocada. Mas a destruição aqui no Brasil, agora, é construída, não é simples efeito colateral do processo. É só atentar, por exemplo, para o modo como o bolsonarismo atiça o genocídio dos povos indígenas, a todo momento, em todas as suas medidas, e até com sua inação deliberada.” 

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O ex-professor do Departamento de Sociologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) afirma que, quando a Amazônia começar a desertificar, as consequências serão sentidas sobre todas as outras regiões do Brasil e da América Latina, e sobre o clima do mundo. “A discussão não é nem mais se vai ocorrer, mas quando.” Para o sociólogo, a devastação ambiental no país, hoje, é muito mais grave do que a que já era vista como grave há exatamente dez anos. “Na época, já se discutia quando a Amazônia ia começar a atingir o turning point, o ponto de inflexão, e começaria a virar deserto.” 

“Quando os efeitos do bolsonarismo sobre o clima ficarem evidentes para todo mundo, talvez seja tarde demais. Quando começarem os incêndios espontâneos – e como trata-se de Amazônia, onde tudo é excesso –, não haverá limite e nem tecnologia que consiga detê-los”, acredita Laymert.  

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Em sua opinião, as pessoas no Brasil não estão pensando a decomposição do país e a desconstituição da sociedade em sua dimensão planetária – até mesmo aquelas que estão preocupadas com a questão ambiental. 

O mundo pós-pandemia 

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Em entrevista à RBA, o sociólogo também comentou sobre o mundo que advirá depois da pandemia de coronavírus. Até esta sexta-feira (21), a covid-19 já tirou a vida de mais de 800 mil pessoas no mundo e infectou 23 milhões. No Brasil, o número de óbitos chegou a 113.358 e o total de casos está na casa dos 3,5 milhões. 

Laymert diz não acreditar que o mundo pós-pandemia será outro, ou, pelo menos, aquele que alguns filósofos e historiadores projetam. “Não acredito muito nisso, no sentido que as pessoas inferem sobre o impacto da pandemia. Estão pressupondo que ela fará com que o mundo vá mudar. Entretanto, o comportamento que se vê das populações, não só daqui, mas de todos os lugares, é que todos falam que ‘o mundo será outro depois da pandemia’. Mas, na verdade, a expectativa é de que ela seja apenas um parênteses”, diz. “Depois, fecham-se os parênteses e tudo volta a ser como antigamente.” 

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Para ele, a expectativa das pessoas não é de que o mundo melhore. “A expectativa é: ‘isso tem que acabar depressa para a gente poder fechar o parênteses e viver do jeito que vivia’. ” 

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