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"Bolsonaro estimula abertamente a matança", afirma líder do MST ao relembrar Carajás

De acordo com Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, "mesmo o governo de Fernando Henrique aplicando uma política neoliberal, não estimulava como hoje o presidente da república estimula abertamente essa matança, seja contra índios, negros, LGBTs, sem-terra e movimentos populares"

Vinte e quatro anos anos após o Massacre de Eldorado do Carajás (PA), apenas dois de 155 PMs foram condenados (Foto: Divulgação (MST))
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José Eduardo Bernardes, Brasil de Fato | São Paulo (SP) - No Brasil, a questão da terra é um problema crônico na história brasileira, mas se torna mais evidente em todo 17 de abril, quando a luta camponesa demonstra que resiste à impunidade e às violências históricas. 

Vinte e quatro anos anos após o Massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, apenas os comandantes Mário Pantoja e José Maria de Oliveira foram condenados dos 155 policiais militares responsáveis pelos assassinatos de 21 camponeses na Curva do S  - mas cumprem pena em regime aberto.

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A  impunidade, que percorre a história do crime, ganha coro nos discursos de Jair Bolsonaro (sem partido) de incitação à violência no campo e refletem os dados mais recentes apurados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2019, foram registrados 1.833 conflitos no campo, um aumento de 23% em relação a 2018. Do total, 71% das famílias envolvidas viviam na amazônia, região onde se concentraram também 84% dos assassinatos.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Gilmar Mauro, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), relembra o massacre que aconteceu no ano de 1996 e ganhou manchetes no mundo pela brutalidade da ação militar.

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"Foi um período de muitas mortes, muitos assassinatos. Evidentemente que não era uma coisa aberta. Mesmo o governo de Fernando Henrique aplicando uma política neoliberal, não estimulava como hoje o presidente da república estimula abertamente essa matança, seja contra índios, negros, LGBTs, sem-terra e movimentos populares."

A liderança do MST também discute a questão agrária em tempos de covid-19. Ele alerta para o risco da fome atingir o campo por conta da falta de políticas do governo federal à agricultura familiar – responsável por 70% do alimento consumido pelos brasileiros  –, em especial pelo desmonte dos programas de armazenamento de alimentos.

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"Evidentemente que Eldorado do Carajás marcou a historia do MST, e da luta camponesa também no mundo, porque a partir dele se estabeleceu o 17 de abril como o Dia da Luta Internacional pela Reforma Agraria. Mas hoje nós estamos vivendo um contexto de um massacre de outro tipo, de outra natureza, talvez híbrido, não só pela pandemia, a pandemia é parte disso", define Mauro. 

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