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Brigadistas trabalham por até 24h seguidas para combater fogo na Chapada

Em turnos de 12 horas, brigadistas e bombeiros se revezam no combate ao fogo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e arreadores. Em situações mais críticas, o trabalho de alguns chegou a durar até 24 horas. Munidos de abafadores e bombas de água nas costas, eles estão na linha de frente de combate ao incêndio que já superou a queimada de 2010 e é o maior já registrado na história do parque

Em turnos de 12 horas, brigadistas e bombeiros se revezam no combate ao fogo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e arreadores. Em situações mais críticas, o trabalho de alguns chegou a durar até 24 horas. Munidos de abafadores e bombas de água nas costas, eles estão na linha de frente de combate ao incêndio que já superou a queimada de 2010 e é o maior já registrado na história do parque (Foto: Gisele Federicce)
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Mariana Tokarnia - Enviada especial

Em turnos de 12 horas, brigadistas e bombeiros se revezam no combate ao fogo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e arreadores. Em situações mais críticas, o trabalho de alguns chegou a durar até 24 horas. Munidos de abafadores e bombas de água nas costas, eles estão na linha de frente de combate ao incêndio que já superou a queimada de 2010 e é o maior já registrado na história do parque.

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Na manhã de quarta-feira (25), a equipe do chefe de esquadrão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Valdeci da Silva Carvalho, fazia uma observação próximo ao Vale da Lua, local onde o fogo já havia passado, mas retornava em alguns pontos. "Eu enfrentei os incêndios 2007, de 2010, estou há 10 anos no parque, mas esse ano é mais complicado de todos", compara.

O trabalho das equipes acontece dia e noite. Ao todo, a força-tarefa formada por profissionais do ICMBio, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de bombeiros do Distrito Federal e de Goiás, conta com 178 brigadistas e bombeiros.

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Valdeci Carvalho está em contato constante por rádio com a central que organiza as operações. "A gente primeiramente avalia os locais de risco, a presença de estruturas, propriedades", diz.

Pelas características do clima - seco e com ventos -, as chamas se espalham rapidamente. Focos já controlados podem reacender com o aumento das temperaturas. Muitos locais são de difícil ou impossível acesso por terra e os brigadistas têm que ser levados de helicóptero.

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Segundo o coordenador de Prevenção e Combate a Incêndios do ICMBio, Christian Berlinck, houve situações em que o helicóptero buscava uma equipe que já tinha trabalhado 12 horas, mas um novo foco reacendia e não havia tempo para retornar. Por isso, eles trabalhavam 24 horas no combate.

Somadas às condições naturais, focos têm surgido em pontos afastados um do outro e em condições não naturais, o que levou ao próprio ICMBio a afirmar que o fogo foi colocado propositalmente.

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Brigadistas

A maior parte é de brigadistas do ICMBio, com 74 em campo e do Ibama, 63. Atuam também no combate diversos voluntários. Os brigadistas têm regime de contratação temporária, por seis meses. Eles precisam fazer um curso de capacitação antes de começarem a trabalhar. "Agora estamos com muita gente aqui, mas é muito esforço, muito fogo. Nunca tinha trabalhado assim. Eu começo o dia, fico direto, depois à noite eu descanso e volto no dia seguinte", diz o brigadista do ICMBio Adaílson Santos Costa, que é de Campos Belos (GO).

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Valdeci Carvalho e Adaílson Costa entraram na brigada em busca de trabalho. "Primeiro foi a busca por trabalho, para manter o sustento, mas depois, ao longo de tempos trabalhando, a gente vê que não é só o dinheiro. Claro, é importante, mas a natureza precisa da gente. A gente começa a se apaixonar pela coisa. Eu trabalho para proteger a natureza e a biodiversidade, é isso que me motiva", diz Carvalho que é natural de de Juazeiro (BA) e logo precisa deixar o local e seguir para um novo foco de incêndio.

Voluntariado

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Mesmo sem a expertise dos brigadistas, voluntários contribuem da maneira que podem no combate às chamas. Vinícius Leoni, comerciante de 26 anos, é um dos voluntários. "A gente sabe que tem brigada especializada em alguns lugares, dentro do parque, mas em outros não tem. A gente está indo com a nossa camisa, nossa calça. Minha calça está toda preta, meu tênis está queimado", diz.

Sem equipamentos, Leoni, que é morador da Vila de São Jorge, diz que possível atuar em outras frentes, como fazendo aceros para que o fogo não chegue próximo às residências dos fazendeiros. Trata-se do corte da vegetação, retirando a mata rasteira que é mais inflamável, para evitar que o fogo se espalhe.

"A galera está caindo para dentro do mato e você vê que cada um age de um jeito, quando chega perto da terra dos nativos, você vê que cada um tem uma técnica. O que estamos podendo fazer, estamos fazendo". Segundo ele, os voluntários de São Jorge estão em contato direto com as brigadas e muitas vezes ajudam os profissionais.

A orientação do ICMBio é que somente cheguem próximo aos focos aqueles que estão capacitados para isso e sob a orientação da central de comandos, para evitar acidentes. As equipes de brigadistas estão integradas e desenvolvem um trabalho coordenado - uma ação desorientada pode inclusive prejudicar as equipes.

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