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Cavalos que curam. A equoterapia em plena expansão

Em 2015, na França, cerca de 30 mil pessoas seguiram terapias que colocam o cavalo no centro dos cuidados, mas que devem ser realizadas por um terapeuta especializado. Também no Brasil a equoterapia começa a ser praticada e difundidda (*)

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Por: Aude Rambaud – Le Figaro

 

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Crianças com autismo, com dispraxia, adolescentes com esquizofrenia ou ex-prisioneiros ou militares retornando da frente de combate, são pessoas com problemas psíquicos que seguiram a equoterapia em 2015. Foram cerca de 30 mil pessoas no total, em cerca de 400 centros equestres na França. Números surpreendentes em relação ao modo reservado e discreto que esta técnica tem adotado em seu desenvolvimento.

Reservado, sim, mas que vem ganhando ampla credibilidade há cerca de dez anos, através de formações reconhecidas no meio, dos trabalhos de pesquisa ou seminários para melhorar suas práticas. E, de fato, as solicitações dos pacientes têm explodido, com listas de espera que vêm crescendo. Alguns devem esperar até um ou dois anos, especialmente nos arredores de grandes cidades como Paris, Lyon ou Bordeaux.

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Saímos do contexto médico

Deve ser dito que a equoterapia oferece uma abordagem diferente das técnicas de cuidados tradicionais, ao envolver um cavalo ou um pônei. «É a tendência atual. O público quer sair do contexto rigoroso da medicina convencional e da passividade dos tratamentos, avalia Nicolas Emond, equoterapeuta e diretor geral do Instituto de formação em equoterapia (IFEq). Sou psicólogo e às vezes, é difícil que os pacientes conversem com um profissional de saúde a portas fechadas, é muito intimidante. A motivação é multiplicada por dez com os animais, pois estamos saindo do contexto médico.»

Esses cuidados estão realmente em questão. A equoterapia é destinada a pessoas que apresentam transtornos psíquicos, que variam da verdadeira deficiência às simples dificuldades sociais. «Recebemos crianças autistas, outras com atraso mental, apresentando dispraxias, fobias escolares, distúrbios da concentração, problemas de autoconfiança, mas também pessoas sofrendo de psicoses, de esquizofrenia, de depressão, de síndromes de estresse pós-traumático ou ainda em fase de reintegração », explica Karine Martin, equoterapeuta e gerente da Sociedade francesa d'equoterapia (SFE).

 

 

Diminuir os sintomas

A equoterapia visa garantir que essas pessoas fiquem melhores e que seus sintomas diminuam. Ela não pretende curar a causa dos sofrimentos ou substituir os tratamentos convencionais, mas toca a mente, a moral, a personalidade do paciente. As curas são muitas vezes longas, e duram geralmente de seis meses a um ano, com uma sessão por semana e são baseadas em diversos exercícios, incluindo ou não montar no cavalo. Isso pode incluir cuidados, a observação dos movimentos, as possibilidades oferecidas pelo cavalo a ser seguido, a guiar e a ser guiado. «Uma comunicação não verbal, mas que usa todos os sentidos, resume Karine Martin. O interesse deste tipo de animal em relação ao cão, por exemplo, é que ele não é intrusivo. Ele deixa que a pessoa se aproxime dele.» O objetivo é conseguir uma adaptação mútua dos movimentos e das emoções: o cavalo responde a gestos e sentimentos do paciente e vice-versa. «De alguma forma, o cavalo se torna um espelho para o paciente, que descobre o que tem dentro de si, aprendendo a lidar com suas emoções.»

Se as evidências científicas de eficácia tem o mérito de crescer, estudos mostram que a prática é benéfica para certas categorias de pacientes. É o caso de jovens autistas, com uma melhoria das capacidades de socialização; em crianças com dispraxia, que apresentam uma melhor coordenação de seus movimentos; em hiperativos, que melhoram suas capacidades de atenção; ou até mesmo em pessoas depressivas ou ansiosas que vêem seus sintomas diminuir. E este benefício não é uma avaliação subjetiva, esclarece Karine Martin. «Ela se baseia em objetivos específicos, definidos no início da terapia com o paciente ou com um terceiro e que são medidos através de pontuações e escalas adaptadas. Nove pacientes em cada dez vêem seu estado de saúde psíquica melhorar após as terapias.» No entanto, observou-se um amplo viés de partida pois as pessoas atraídas por esta abordagem são voluntárias e muitas vezes, têm uma afinidade com os animais.

Equoterapeuta formado

O cavalo é a peça central da terapia, mas ela não poderia ser realizada sem o equoterapeuta, que define os objetivos e o programa terapêutico para alcançá-los. Na França, três organizações privadas oferecem longos treinamentos, abertos para profissionais médico-sociais (educadores especializados, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais ou médicos). Trata-se do IFEq, da SFE e da Federação nacional de terapias com o cavalo (Fentac). «Formações não obrigatórias, mas reconhecidas na área e que asseguram que o terapeuta conheça seus pacientes, as habilidades do cavalo e as técnicas específicas de equoterapia », diz Nicolas Emond. No entanto, até hoje, a prática não é regulamentada e qualquer um pode se declarar equoterapeuta. Os especialistas gostariam de ver mudanças nesta questão. «Apresentamos uma solicitação de certificação junto à “Direccte” (Direção regional das empresas, da concorrência, do consumo, do trabalho e do emprego), que neste momento solicita um parecer ao Ministério da Saúde, para exigir uma formação específica antes de que se possa exercer a profissão», esclarece Karine Martin.

(*) No Brasil, uma das organizações que se dedicam à essa prática terapêutica é a Associação Nacional de Equoterapia. Endereço: Granja do Torto - Lago Norte, Brasília - DF, 70636-000, Brasil. Tel.: +55 61 3468-7092. Site: http://equoterapia.org.br/

 

 

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