Centrais chamam trabalhador para greve contra terceirização
A convocação foi feita na audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG); Além de sindicalistas e parlamentares, participaram da reunião integrantes de outras entidades que lidam com a questão trabalhista no Estado. Solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT), a audiência foi acompanhada por dezenas de trabalhadores no Plenarinho IV e no Salão de Chá da Assembleia.
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ALMG - Representantes de várias centrais sindicais do Estado, conclamaram, nesta segunda-feira (11/5/15), os trabalhadores para a greve geral contra a terceirização, no dia 29 de maio. A convocação foi feita na audiência pública da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Além de sindicalistas e parlamentares, participaram da reunião integrantes de outras entidades que lidam com a questão trabalhista no Estado. Solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT), a audiência foi acompanhada por dezenas de trabalhadores no Plenarinho IV e no Salão de Chá da Assembleia.
Na avaliação de Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, coordenador do Movimento Mundo do Trabalho contra a Precarização, o projeto da terceirização é um roubo aos direitos dos trabalhadores. “Temos que ir para as ruas, pois não podemos andar na contramão da história. No dia 29 de maio, vamos parar o Brasil contra esse roubo que está acontecendo no nosso País”, exaltou-se. Foi ainda divulgada a realização de ato público contra a terceirização, no dia 25 de maio, às 10 horas, em frente ao Ministério do Trabalho (Centro da Capital).
Conforme opinou Gilberto Gomes, da Central Sindical Popular (CSP-Conlutas), a terceirização, nos moldes em que é realizada no País atualmente, já provoca muitos danos aos trabalhadores. “Cerca de 80% dos acidentes fatais ocorrem em empresas terceirizadas”, ressaltou. Ainda assim, ele reconhece que, pelo menos, pelas regras trabalhistas vigentes, o terceirizado pode buscar reparação de danos na justiça. Caso o novo projeto passe no Congresso, avalia, nem essa reparação legal poderá ser obtida. “Só a pressão popular pode paralisar esse projeto. Só com uma greve geral, com a mobilização nacional dos trabalhadores, conseguiremos isso”!
De forma semelhante, David Eliude Silva, vice-presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST-MG), declarou que o projeto federal coloca nas costas do trabalhador a sede de lucro do empresariado. “Cada trabalhador tem que reforçar sua capacidade de se indignar. É hora de ouvir, analisar e reagir. Luiz Cláudio Araújo, secretário jurídico da União Geral dos Trabalhadores de Minas Gerais (UGT-MG), mostrou a postura da entidade: “Somos totalmente contrários ao projeto de terceirização e a favor da greve geral do dia 29".
Representando a Força Sindical, que em nível nacional se posicionou favoravelmente à aprovação do PL 4.330/04 (transformado em PLC 30/15 no Senado), Carlos Cassiano disse que a entidade em Minas Gerais está contra o projeto. “Essa proposta representa a volta à escravidão do trabalhador”, reforçou. Ele analisou alguns artigos do texto, mostrando que eles são perdas para o trabalhador, apesar de haver propaganda em horário nobre afirmando o contrário. “O artigo que trata da responsabilidade solidária entre a empresa principal e a terceirizada já deixa de fora o 13º salário, adicionais, horas extras e outros. Que corresponsabilidade é essa?”, questionou.
José Antônio de Rezende, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-MG), refletiu que está em curso no País uma grande onda conservadora e que só a mobilização social pode barrá-la. “Dia 29 é a 'prova dos nove'. Temos que colocar muitos trabalhadores nas ruas e a nossa unidade é fundamental”, ponderou.
De acordo com Beatriz Cerqueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), se o projeto da terceirização for aprovado, quem primeiro vai sofrer os impactos é a juventude. “Os jovens vão receber um salário menor, enfrentarão maior rotatividade e terão mais possibilidades de se acidentar”, problematizou.
Avaliando a conjuntura atual, ela advoga que, com o atual Congresso, extremamente conservador, fica difícil votar pautas de interesse dos trabalhadores. “Por isso, temos que discutir a reforma política; senão, continuaremos a fazer as mesmas lutas”, disse Beatriz, defendendo incluir parcelas maiores da população no debate e também os senadores mineiros.
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