Como aproveitar os juros
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(Texto de Eduardo Cubas Pereira, planejador financeiro pessoal com certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. Eduardo é assessor de investimentos na Manchester Investimentos)
Do Infomoney - Nos últimos meses, um dos pontos que mais divide opiniões dos analistas e estudiosos do mercado tem sido o direcionamento das taxas de juros. Porém, essa divergência vale principalmente para o curto prazo. As incertezas que rondam o tema focam principalmente nos próximos 12 a 18 meses. Se olharmos a evolução de períodos anuais, percebe-se que as taxas de juros brasileiras vêm caindo consistentemente na medida em que nosso país deixa para trás as dificuldades do período pré-plano real.
Existe também outra herança do período pré-plano real. Devido à incerteza acerca da nossa economia antes dessa época, os investidores brasileiros eram educados para aplicações focadas em curto prazo. Desta forma, em caso de grandes mudanças, o investidor poderia agir. Atualmente, houve a manutenção do foco em curto a prazo, onde alta liquidez faz com que o investidor perca rentabilidade.
A falta de planejamento é o principal vilão que faz com que o brasileiro não atinja a tão sonhada "independência financeira". Um planejamento eficiente inclui, entre diversos outros aspectos:
a) Renda desejada na aposentadoria,
b) Ajuste do valor dessa renda para a inflação entre a data atual e a data de aposentadoria desejada
c) Valor do patrimônio atual mais o acúmulo de capital necessário para que se atinja esse patamar
d) Rentabilidade necessária nos investimentos para que se atinja esse patamar.
A aplicação conservadora permite que o investidor tenha atualmente rentabilidades de até 6% acima da inflação. Se compararmos esta rentabilidade com economias desenvolvidas, perceberemos que ela é muito acima da média mundial.
Portanto, para investidores em período de acumulação, existe a oportunidade de encurtar o período de aposentadoria projetado, caso haja a possibilidade de aplicar um capital focado em longo prazo (acima de 3 anos).
Já para investidores aposentados, pode-se melhorar a rentabilidade do portfólio. Isto resulta em uma aposentadoria com padrão de vida superior.
Exemplo: Considere um aposentado que tem uma demanda de R$ 12.000 mensais, e que deseje manter este padrão de vida ao longo dos anos. Caso ele utilize a média mundial de aprox. 4% ao ano de rentabilidade média acima da inflação, precisará de R$ 3.000.000. Este era a situação real do Brasil cerca de 12 meses atrás para a situação descrita acima.
Com a alta recente nas taxas de juros, o mesmo investidor consegue manter este padrão de vida com R$ 2.000.000. O capital de R$ 3.000.000 melhoraria sua renda para R$ 18.000 mensais.
Um dos investimentos que merece destaque atualmente é o Título Público atrelado à inflação (NTN-B). Este título é um empréstimo que o investidor faz para o Tesouro Nacional. Portanto, é a aplicação mais segura do país com relação à risco de crédito. O investidor deve focar em longo prazo, de pelo menos 5 anos, e pode conseguir rentabilidades superiores a 5,5% ao ano mais inflação.
Outra alternativa bastante atrativa são as debêntures incentivadas. A debênture é um empréstimo para uma empresa. Quando a empresa ou o projeto para o qual ela está captando dinheiro são ligados o setor de infraestrutura, elas são isentas de imposto de renda para investidores pessoa física. Neste caso, o investidor deve buscar empresas sólidas, visto que em caso de falência o capital pode ser comprometido. De qualquer forma, existem alternativas com risco muito próximo ao dos Títulos Públicos. Porém, as debêntures incentivadas têm a vantagem fiscal que melhora sua rentabilidade. Nestes casos, é possível chegar a 5,5 a 6% acima da inflação líquido.
Já investidores que efetivamente pretendem focar em prazos mais curtos podem aproveitar o alto patamar de juros para manter rentabilidades atrativas sem correr grandes riscos. Aplicações como a LCI e a LCA (Letras de Crédito Imobiliárias e do Agronegócio) também são isentas de imposto de renda para pessoa física e têm rentabilidades de até 11% ao ano, dependendo do prazo.
Considerando que a inflação atual brasileira encontra-se entre 6% e 6,5%, investimentos de prazo menor que 2 anos nessas taxas também podem ser considerados interessantes. É importante notar que as LCI e LCA normalmente não possuem liquidez diária. O investidor escolhe uma das alternativas de vencimento, que costumam ser entre 1 e 24 meses, e até lá não deve resgatar o capital.
É importante avaliar as necessidades de aposentadoria, liquidez e também de tolerância a risco de cada investidor antes de efetuar aplicações financeiras.
As informações neste artigo são apenas informações e exemplos que podem facilitar a tomada de decisão. Porém, para criar um planejamento financeiro mais completo e buscar decisões de investimento apropriadas, sugiro procurar um Planejador Financeiro profissional.
O texto reflete as opiniões do autor. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.
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