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Crack: Haddad dialoga, mas a polícia manda bala

Poucos dias depois de a prefeitura de São Paulo lançar a Operação Braços Abertos, que oferece oportunidades de trabalho para dependentes químicos na região da cracolândia, a polícia estadual agiu com selvageria, disparando balas de borracha e bombas de efeito moral contra a multidão; indignado, o prefeito Fernando Haddad, que concebeu o plano para resgatar os dependentes, protestou em comunicado: “A administração reafirma seu empenho na solução deste problema da cidade e manifesta sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa”

Poucos dias depois de a prefeitura de São Paulo lançar a Operação Braços Abertos, que oferece oportunidades de trabalho para dependentes químicos na região da cracolândia, a polícia estadual agiu com selvageria, disparando balas de borracha e bombas de efeito moral contra a multidão; indignado, o prefeito Fernando Haddad, que concebeu o plano para resgatar os dependentes, protestou em comunicado: “A administração reafirma seu empenho na solução deste problema da cidade e manifesta sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa” (Foto: Valter Lima)
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Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil

A prefeitura de São Paulo disse que a ação da Polícia Civil hoje (23) na região da Cracolândia pode comprometer a Operação Braços Abertos lançado no último dia 14 para atender a dependentes químicos do centro paulistano. Agentes do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os usuários de drogas. Funcionários da prefeitura que faziam assistência aos dependentes também foram atingidos.

“A prefeitura repudia esse tipo de intervenção, que fez uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química”, ressalta o comunicado divulgado na noite de hoje. A nota destaca ainda que o programa iniciado na semana passada tem como base a não violência. “A prisão de traficantes deve ser feita sem uso desproporcional de força”.

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A prefeitura informou que expressou seu posicionamento diretamente ao governo estadual, a qual a Polícia Civil está subordinada. “A administração reafirma seu empenho na solução deste problema da cidade e manifesta sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa”, diz o comunicado.

O programa da prefeitura acolhe dependentes químicos em hotéis da região central e oferece uma bolsa para que eles trabalhem no serviço de limpeza de ruas, calçadas e praças no centro da cidade. Cada usuário recebe um salário mínimo e meio, que inclui os gastos com alimentação, hospedagem, além de R$ 15 por dia de trabalho. Os dependentes foram retirados da favela instalada na Alameda Dino Bueno, na região da Cracolândia.

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No início de 2012, uma operação policial também tentou retirar os dependentes das ruas do centro paulistano. A operação conjunta da gestão anterior da prefeitura e o governo estadual foi criticada por defensores dos direitos humanos. O Ministério Público chegou a ingressar com uma ação contra o governo do estado alegando que foi usada violência excessiva contra os usuários de drogas. A Justiça acatou o pedido do órgão para que a Polícia Militar fosse proibida de empregar ações “vexatórias, degradantes ou desrespeitosas” contra os dependentes.

A ação policial

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Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil, fizeram uma operação nesta quinta-feira (23), na região da Cracolândia, em São Paulo, sem comunicar à Prefeitura nem a Polícia Militar, na região onde está em cursos a Operação Braços Abertos, aposta do prefeito Fernando Haddad (PT) para reabilitar os dependentes de crack.

Por volta de 16h, cerca de dez viaturas cercaram os dependentes de crack que não estão inseridos no programa assistencial e estavam concentrados na Rua Barão de Piracicaba. Os policiais civis atiraram balas de borracha e jogaram diversas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo na multidão, que correu a esmo e revidou jogando pedras. O quarteirão estava lotado de dependentes.

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Agentes da Secretaria de Saúde e de Assistência Social, que também não sabiam da ação, ficaram no fogo cruzado. A ação ocorreu pouco tempo depois de policiais civis à paisana terem feito uma prisão de um dependente no local. Nesta primeira ação, uma dependente acabou ferida na cabeça com bala de borracha.

Entre os dependentes, o clima foi de revolta. Muitos gritavam desesperados, chorando diante da ação surpresa. 

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