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Depoimento de Capez cai no vazio e provoca bate-boca

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB), disse nesta quarta-feira 14 que não recebeu dinheiro da Cooperativa Orgânica de Agricultura Familiar (Coaf ), nem se reuniu, em seu gabinete, com pessoas envolvidas no fornecimento da merenda escolar no estado; os deputados aliados de Capez fizeram discursos desmerecendo as investigações e mesmo a imprensa

1º/09/2016- O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capes (PSDB-SP). Foto: ALESP (Foto: Gisele Federicce)
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Por Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual - O depoimento do presidente da Assembleia Legislativa paulista, deputado Fernando Capez (PSDB), hoje (14), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da merenda escolar, frustrou quem esperava a apresentação de provas, documentos e esclarecimentos sobre seu suposto envolvimento na máfia da merenda. Sem acesso aos documentos da Operação Alba Branca, que investigou o esquema de fraude, pagamento de propina e superfaturamento em contratos da merenda escolar paulista, os deputados quase não fizeram perguntas, apenas discursos.

O pedido de informações à Justiça Federal, no município de Bebedouro, ainda não foi respondido. O processo se encontra em segredo de Justiça. O pedido feito à Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público paulista sobre as investigações relativas a deputados estaduais e federais também não foi respondido. "Esse atraso prejudica a comissão. Assim não há como questionar de forma coerente o deputado", disse Alencar Santana (PT), único membro da oposição na comissão.

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O momento mais tenso da reunião foi o embate entre Capez e o deputado João Paulo Rillo (PT). O petista questionou como um deputado tão conhecido por ser um "paladino da ética", por ser "promotor experiente", poderia ser vítima de seus próprios assessores. "Existe materialidade evidente nas provas contra seus assessores. O senhor disse que mal conhecia Jeter, mas deu entrevista dizendo que ele morava numa casa pobre, de favela. Será o presidente desta Casa um incapaz, que não sabe o que ocorreu embaixo das suas barbas?", Rillo.

O petista questionou sobre a indicação dos assessores implicados na investigação: Jeter Rodrigues, José Merivaldo e Luiz Carlos Gutierrez. Além disso, Rillo cobrou o resultado da sindicância aberta a mando de Capez contra Jeter, por ter pedido a transferência de um delegado à Secretaria da Segurança Pública, em nome do deputado. "Essa sindicância está sendo muito morosa. Qual o resultado, quais as medidas tomadas?", questionou.

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Capez disse que não teve resultado ainda, mas que ela foi pedida antes de a Operação Alba Branca ser deflagrada. Nesse momento, os deputados discutiram. "O senhor está insinuando que eu sou mafioso?", questionou Capez. "Entenda como o senhor quiser. Não vai me intimidar, Capez", respondeu Rillo.

O tucano ainda negou o recebimento de qualquer valor da Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf), alvo de investigações por desvio nas verbas para a merenda. Ele também afirmou que nos autos do processo não existem ligações diretas com ele, o que torna as acusações contra ele "falsas". Assim que a oitiva foi encerrada, Capez concedeu uma entrevista coletiva, enquanto estudantes protestavam cobrando resultados da CPI. "O que está ocorrendo é uma infâmia, me considero uma vítima", disse o deputado.

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Entretanto, ao ser questionado sobre os seus assessores, Jeter Rodrigues e José Merivaldo, Capez respondeu de forma evasiva, apenas afirmando que a investigação parou ao chegar nele. Em oposição, o deputado Alencar destacou que Merivaldo apresentou um atestado para não comparecer ontem à CPI, entretanto, ele teria sido fotografado tomando uísque, o que mostra falta de vontade do próprio tucano em investigar os fatos.

Os deputados aliados de Capez fizeram discursos desmerecendo as investigações e mesmo a imprensa. "O que aconteceu aqui é um grão de areia no oceano. Uma CPI para fazer fumaça. Os promotores agiram politicamente. E a imprensa são uns mandados, que acreditam que suco é merenda. O que os jornalistas fazem é crime contra a verdade", afirmou o deputado Barros Munhoz (PSDB).

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